domingo, 14 de setembro de 2008

A CULPA

Como é que os dois se haviam de entender se um só pensava na sua vida,uma vida muito encalacrada,que a via sem saída? Dizia este que os autocarros que ele reparava,pois era um operário,podia ele ajudá-los a construir,pois sabia-se fazê-los como os lá de fora.
Mas eu sei de quem é a culpa. É dessa gente lá de cima e a desses países do petróleo. Mas essses não fabricam autocarros. Isso é a sua opinião. Fique-se com ela,que eu fico com a minha. E dali não saía,embora para o fim já não estivesse com tantas certezas.
E para não dar o braço a torcer,saiu-se com mais outra razão,daquelas de arrasar. E sabe de quem é mais a culpa? O outro disse que não. Pois fique sabendo que enquanto isto estiver assim,eu receber só mais dois contos e os engenheiros quarenta,não se endireita.
Era isso que lhe enchia a cabeça,coitado. Não pensava em mais nada. Tudo o resto eram tretas. Mas apsar de tudo,apsar,talvez,até,de incluir também o outro no grupo daqueles que não deixavam que isto se endireitasse,não era homem de rancores,pelo que não se importou de perder um bocado do seu pouco tempo livre para o ajudar.

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