A sua banca é a rua,ou melhor dito,a sua banca é uma certa esquina. Deve ter sido a primeira a instalar-se ali,pelo que as concorrentes respeitam-na. Os cabelos brancos e a pele pergaminhada também hão-de valer.
É claro que o estar ali não é pera doce. Em cada dia,gostaria de lá permanecer enquanto não despachasse a mercadoria,mas há gente que gosta de contrariar,gente que tem autoridade para isso. E assim,de vez em quando,sem aviso prévio,a qualquer hora,não tem outro remédio se não pegar nela,e na mercadoria, e afastar-se uma meia dúzia de metros,fazendo de conta que ia ali a passar por acaso. Mas isto por pouco tempo,que aquela esquina atrai e aquela gente tem mais que fazer.
É uma banca quase sempre só de flores. Vai buscá-las muito longe. Para lá,não se sabe como procede,mas para vir usa o comboio,com a complacência de quem de direito,que lá achará que ela tem direito a viver,tanto mais que a forma de que ela se serve para o fazer é jogo limpo.
Anda nisto há muitos anos e consta que não entrou de baixa um dia sequer. Merecia uma medalha,ou mais,por tanta assiduidade.
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
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