terça-feira, 2 de setembro de 2008

FATAL DIA

Não pensava noutra coisa o diabo do moço. E assim,sempre que podia ,passava lá por casa para a ver. Mas fazia-o discretamente,de maneira que ninguém dava conta. De resto,ela era um bocado mais velha do que ele.
Esteve,assim, para morrer, quando a viu casada.Ela era realmente muito bonita e filha de pais com muitos teres. Fervilhavam os interessados. Escolheu um,um tanto a contragosto da família. O rapaz,de facto,não nadava em dinheiro,mas a menina só com aquele é que daria o nó. E foi o que aconteceu.
O romance não durou muito. Parece ter dominado aquela tendência,que nalguns mora,e que é o de bem depressa se saturarem da mercadoria. Uma espécie de usar e deitar fora. Para isso,deve ter contribuído o ele ter sido escolhido também pela fortuna. Ela batera-lhe à porta e ele não se fez tímido. Deslumbrado,não sabia para onde se virar. Tantas vezes o fez,que a mulher não teve outro remédio se não procurar esquecê-lo. Bem lhe terá custado,tanto mais que os tempos eram uns muito atrasados.
O mocito acompanhou-a,de longe,naquele transe. Entretanto amadurecera. E nunca mais a vira desde aquele fatal dia. Também não a visitara depois da separação. A desilusão fora tal que passara a aborrecê-la.

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