quarta-feira, 26 de novembro de 2008

SÓ DE ENCOMENDA

Há males que vem por bem. Nem sempre sucederá,mas o que se tinha passado com ele poderia ser assim considerado. Uma calamidade abatera-se,inesperadamente,ou talvez não, sobre o local em que ainda há pouco dera os primeiros passos da sua vida profissional. Seria muito difícil,perigoso mesmo,ali permanecer. E abalou.
A terra que o recebeu não lhe foi madrasta,antes muito ao contrário. Um lugar de feitor de grande e rica quinta estava à sua espera. Fora coisa que,porventura,nunca lhe tivesse aparecido em sonhos.
Um verdadeiro palácio abrigava-o,a ele e à família. Carros e cavalos livravam-no de canseiras. Apreciável parte do pão ficava-lhe quase de graça. Não era de exigir mais,podendo dizer-se que lhe saíra a taluda.
Se lá tivesse permanecido,mesmo sem calamidades,quando é que alcançaria uma posição daquelas,de muito invejar? Qualidades não lhe faltavam,é certo,mas outros as teriam e não se encontravam como ele. Era caso para dar graças,o que lhe seria fácil,na quietude dos seus principescos aposentos ,ou numa capela,que ali também havia. Uma tal coisa só de encomenda.

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