quinta-feira, 20 de novembro de 2008

COMEÇO TARDIO

Não podia perder aquela oportunidade única,tanto mais que estava a despedir-se desta vida de imprevistos, que ele bem conhecia e bem experimentara. Era,de facto,largo e rico o panorama que se lhe deparara. Não se tratava do "tanto mar",mas ,sim, da tanta caça e do tanto peixe.
Eram coisas a que nunca ligara,talvez por natureza,mas seriam,naquela altura,um bom passatempo,quando outros rareavam. E não devia desperdiçar mais tempo. Muniu-se,então,não de uma peça para cada modalidade,mas de duas baterias,uma,de espingardas,e a outra,de canas,ali bem à sua frente,sempre prontas para usar.
Era,porém,a melhor ocasião de tiro o que mais o preocupava. E lá pensou ter resolvido o intrincado problema,montando um foco de luz dirigido à cara do condutor. E quando achava o momento oportuno,accionava-o. Não consta ter ocorrido desastre de maior,pois o timoneiro era de primeira escolha.
Não consta,também,que,alguma vez,o tiro atingisse o alvo ou o anzol enganasse o peixe. Tinha sido,efectivamente,um começo tardio. Mas estes desaires teimosos pouco o incomodavam. Aquilo não fora mais do que uma maneira hábil de se entreter.

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