Fora uma razia. Lembrava uma nova peste o diabo da doença. Morria-se repentinamente,sem aviso prévio. Velhos,novos,de todas as raças,de todos os credos. Enfim,uma doença universal,misteriosa.
Entretanto,dizia-se aqui e ali,em surdina,que a causa da mazela funesta estava ligada às mentiras que tinham passado a ser moeda corrente. Podia lá ser. Mais ainda, tal relação acabou por vir estampada em pedaços de papel,que eram deixados nos locais mais diversos,cafés,salas de espectáculos,repartições públicas,institutos de beleza,esplanadas,dormitórios,barbearias,campos de futebol,por toda a parte,até em barracas.
Referia o papelinho clandestino que as mentiras deixavam um registo de uma certa energia,muito especial,que se ia somando. Atingido um certo valor,variável consoante um sem número de condições,era o fim.
A coisa não durou muito tempo. Assim como veio,sem alertas,assim se foi,sem alertas também. Voltou tudo ao que tinha sido sempre. Quer dizer,ia-se desta para melhor quando tinha de ser. O trivial,o costume,sem tirar,nem pôr.
Foi um alívio. Mas aquela das mentiras nunca mais foi esquecida,ainda que de nada servisse.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
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