segunda-feira, 24 de novembro de 2008

AMIGO DA ONÇA

Toca o telefone. O Francisco vai atender. Daqui é o Jorge. Mas que grande surpresa. Há muitos anos que se não viam ou ouviam,por culpa,sobretudo,dos muito diversos trajectos das suas vidas. Não tens aparecido,mas sei que ainda te mexes. Sabes,não tem calhado,hoje,por uma razão,amanhã,por outra.O costume. Ainda há dias dias estivemos a falar de ti,eu e o João. Ele,às vezes,passa por cá,e vem sempre ver-me. Isto deveria significar que o João tinha uma grande apreço pelo Jorge.
Pouco tempo passado,toca,novamente,o telefone. O Francisco vai atender. Daqui é o João. Estive ontem com o Jorge. Olha lá,ele é de uma extracção muito baixa,não é? A família dele era muito pobre,não era? Viviam lá numa espécie de barracão,uma coisa imunda,não viviam? E assim por diante. O desprezo que ia por ali,uma vala cheia.
Coitado do Jorge. Ele a pensar que tinha ali,no João,um amigo,e,afinal,não era era mais do que um amigo da onça.

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