segunda-feira, 1 de setembro de 2008

APENAS PRESSENTIA

Naquelas manhãs de domingo,os fantasmas não ficariam nas suas caminhas. Tudo convidava,de facto,para eles andarem por ali,por todo o sítio,pelas ruas,pelos parques,pelos ares.
A neblina cerrada. A algidez que tolhia as gentes. O silêncio quase tumular das ruas,a lembrar ter sido a terra abandonada por catástrofe eminente. O fumegar permanente das chaminés,em linhas contínuas,como em parada. O badalar dos sinos,de quando em quando,a chamar,a apelar.
Apsar dessa presença,era agradável fazer como eles,acompanhá-los até. Porque não? Se eles,coitados,não faziam mal a ninguém. Todos fossem como eles.
De vez em quando,lá surgia alguém da névoa,para bem depressa se enfiar nela,qual fantasma que se não via,apenas pressentia. As árvores dos parques pingavam. Ao longe,pareciam também fantasmas de muitos braços. Mas eles não estariam lá,que era tempo de andarem por outras paragens,que os fantasmas também gostam de variar.

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