quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

VEM DAÍ TAMBÉM

Nem de propósito. Pusera-se um belo dia de primavera antecipada. Fora também o dia de pagamento da pensão de velhice. Duas forças que se conjugaram e que puseram os idosos em grande alvoroço. Estavam os corpos e as almas aquecidas.O jardim,especialmente nos locais onde havia mesas,rebentava pelas costuras. Há muito tempo que se não via tanto velho ali. O inverno tinha sido rigoroso,pelo que a casa fora o seu refúgio,mesmo em dias de bolsos mais aconchegados. Davam largas à sua alegria,gozando duplamente aquela ocasião.Encostados a um muro,dois velhos conversavam. Um deles tinha um jornal. Ora vê aí como está o dia de amanhã. E da sua voz desprendia-se um sonho,um desejo. Há que tempos não largava a toca. Tinha de aproveitar o bom tempo e sem demora ,que o dinheirinho voava. Amanhã ainda o veria. E amanhã continuava o sol a brilhar,conforme o jornal dizia. Vem daí também.

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