sábado, 9 de janeiro de 2010
UMA TRAQUITANA
Na banca,apenas se via meia dúzia de pequeninos peixes,ainda vivos. Tinham sido pescados de madrugada,numa barragem,a uns bons quilómetros dali. Eram de um velho,de setenta e mais alguns anos,um tanto para o baixo,ainda vigoroso e de ricas cores.Mas valia-lhe a pena,dava para o petróleo? Tinha de dar,pois como é que se havia de viver? A pensão era o que se sabia,uma miséria,mal chegava para as côdeas. Andava a gente numa vida de rudes trabalhos,hoje para um,amanhã para outro,para se chegar àquilo. O que lhe valia eram uns biscates,ali e acolá,onde calhava,de vária natureza,que ele não era esquisito. Uma pessoa tinha de se desenrascar.Valia-lhe também ser um homem de poucos achaques. Depois,um sobrinho dera-lhe uma traquitana,de que se tinha farto,mas que a ele lhe fazia um grande arranjo. Fora com ela que chegara ainda a tempo para a venda.Por causa daqueles peixinhos,o resto do que tinha apanhado,não dormira naquela noite. Passava-se muito. Mas tudo ia do treino e a ele não lhe faltara. Podia acontecer que o vissem ali na semana seguinte. Dependeria isso da pescaria. Faria umas contas e logo veria se lhe valeria a pena vir até ali,onde as pessoas parecia terem mais dinheiro do que lá para as suas bandas.
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