terça-feira, 26 de janeiro de 2010

QUASE VOANDO

Logo eu saí assim. Assim se lastimaria,mais uma vez,aquele homem. O seu muito abanar da cabeça parecia indicá-lo. Era uma figura magra,enfezada. O chapelinho às três pancadas também não ajudava.Lá ia ele,como era costume,no seu andar lesto,miudinho,quase a partir-se,quando avistou ao longe uma camisola branca,muito justa,de moça encorpada. Estacou de imediato,ficando à espera que ela avançasse. Como que abriu alas,quando ela passou,muito rente a si,que o passeio era estreito. E rodou,quando foi caso disso,um tanto a tremer,a modos que perturbado,prolongando a mirada.A sua vontade seria segui-la. A tanto não chegou. E lá prosseguiu,a cabeça a abanar muito,de passo mais ligeiro,quase a correr,quase voando. Estaria sonhando. Era outono,também,tempo de fantasia.

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