quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

NOVO BRILHO

Não se tratava de ilusão. Aquilo eram mesmo roseiras. O pequeno jardim estava cheio delas. Pareciam árvores,tão grossos eram os ramos. Lembravam,pela pujança,videiras das aluviões ribatejanas. Só que em vez de cachos,se desentranhavam naquilo para que foram inventadas – rosas de muitas cores e tamanhos.Quem seria o autor daquela maravilha? Talvez um simples,talvez aquela figura alheada,jovem ainda,que por ali se entretinha,de vassoura na mão. Parecia feliz. Na boca bailava-lhe um sorriso. Falava,a espaços,consigo,e ,certamente,com as suas amigas,as flores,e também com os muitos pássaros que por ali andavam na sua vida,tranquilos,que dele gostariam. Não quereria mais,para além disto. E tinha razão. Era aquilo uma amostra de paraíso. Os canteiros cuidados,os arruamentos limpos,o laguinho com uma minúscula ponte.Na terra não havia melhor recanto. Seria por isso que fosse este o local escolhido para as fotografias de casamentos e baptizados. Nessas alturas,o jovem afastava-se e os pássaros debandavam,acompanhando-o. Regressavam todos quando o bulício desaparecia. As rosas até ganhavam novo brilho.

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