quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

DE FACA NA LIGA

O salão de chá estava cheio. Um vendedor de flores serpenteava entre as mesas,fazendo pela vida. Era um homem de meia idade,de cara macilenta.Um atrevido,do alto do seu bolso e da sua gordura,resolveu dar um ar da sua muita graça. Vem cá e oferece uma flor a esta senhora. Isto em voz alta,a desafiar meio mundo.O pobre necessitado não teria gostado dos modos daquele freguês,mas o que havia ele de fazer se precisava de aliviar a mercadoria? E satisfez o insolente. Toma lá e vais com muita sorte. Mas assim perco dinheiro. Some-te,se não ainda ficas sem o ramo.Aquilo era revoltante. Estava pedindo polícia,que se não via. Era urgente uma intervenção,mas qual? Veio de uma maneira espontânea,impulsiva.Olhe,faça favor,chegue aqui. O infeliz acorreu,na esperança de uma compensação. Quanto quer pelo ramo? Tome lá e vá em paz.O arrogante não reagiu. Foi uma sorte,pois aquilo podia ter dado para o torto. É que o sujeito era de faca na liga.

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