terça-feira, 30 de setembro de 2008
domingo, 28 de setembro de 2008
SINAIS REDENTORES
Era para ter pena dele. Sempre curvado,cabisbaixo,parecia arrastar um fardo desmesurado. Uma estátua de desalento. Dera em engordar e o ventre dava bem nas vistas,de tão projectado,quase a estoirar. Era isto,certamente,o resultado da vida que levava.
Tornara-se num devorador de telenovelas. Deitava-se tarde,para não perder uma sequer,e saía da cama já a manhã ia alta. Quase não se mexia.
Ainda lia,mas só jornais,à cata de sinais redentores. Eram eles,afinal,que o obrigavam a fazer algum exercício,mas um quase nada,pois bastava-lhe atravessar a rua para os comprar. Já lá ia o tempo em que eram deixados à porta de casa.
Belo tempo esse,de que tinha imensas saudades. Dava gosto viver,mas depois passara a ser uma sensaboria,um fastio. Ele não era um Creso,mas não estava nada mal. Os teres abundavam,aqui e ali. Alguns até tinham mudado de dono,mas muito valorizados.
Coisa muito estranha,pois,aquela do seu estar. Que mal seria o dele? E assim se manteve,sem nunca o revelar.
Tornara-se num devorador de telenovelas. Deitava-se tarde,para não perder uma sequer,e saía da cama já a manhã ia alta. Quase não se mexia.
Ainda lia,mas só jornais,à cata de sinais redentores. Eram eles,afinal,que o obrigavam a fazer algum exercício,mas um quase nada,pois bastava-lhe atravessar a rua para os comprar. Já lá ia o tempo em que eram deixados à porta de casa.
Belo tempo esse,de que tinha imensas saudades. Dava gosto viver,mas depois passara a ser uma sensaboria,um fastio. Ele não era um Creso,mas não estava nada mal. Os teres abundavam,aqui e ali. Alguns até tinham mudado de dono,mas muito valorizados.
Coisa muito estranha,pois,aquela do seu estar. Que mal seria o dele? E assim se manteve,sem nunca o revelar.
sábado, 27 de setembro de 2008
SACRIFÍCIOS
Coitada da senhora,precisava de desabafar. Aqueles dois que andavam por ali há uns tempos tinham cara de a ouvir e aproveitou.
A filha não havia meio de acabar o curso. Faltavam-lhe apenas duas cadeiras. Atrasara-se,pois era muito boa rapariga. Não era por ser sua filha,mas estava ali uma santa. Era incapaz de dizer não,pelo que ajudava meio mundo,ficando ela para trás.
Depois,arranjara uns trabalhinhos à noite. Tinham-lhe feito muito jeito,pois a mãe pouco a podia ajudar e ela estava numa idade muito exigente,como deviam compreender. Era ainda muito nova,precisava de se divertir.
Deus a ajudasse a acabar aquele curso bem depressa,que já não era sem tempo. Tantos sacrifícios meus e dela,sim,que a moça também não se tinha poupado.
A filha não havia meio de acabar o curso. Faltavam-lhe apenas duas cadeiras. Atrasara-se,pois era muito boa rapariga. Não era por ser sua filha,mas estava ali uma santa. Era incapaz de dizer não,pelo que ajudava meio mundo,ficando ela para trás.
Depois,arranjara uns trabalhinhos à noite. Tinham-lhe feito muito jeito,pois a mãe pouco a podia ajudar e ela estava numa idade muito exigente,como deviam compreender. Era ainda muito nova,precisava de se divertir.
Deus a ajudasse a acabar aquele curso bem depressa,que já não era sem tempo. Tantos sacrifícios meus e dela,sim,que a moça também não se tinha poupado.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
MINA DE OIRO
O senhor era muito rico,mas também muito trabalhador e muito fraterno. Certo dia,vá-se lá saber porquê,deu-lhe para servir a causa pública. E empregou-se.
Onde ele assentou arraiais,resultou o que era de esperar. Um rio caudaloso de realizações,que pediam meças cá e lá. Mas porque também era humilde,foi visto,algumas vezes,a desempenhar tarefas de carregador. E porque,às vezes,o dinheiro demorava,de bom grado o tirava do seu bolso.
Mas havia uma coisa que nada lhe agradava,e que era`o de se submeter ao horário clássico,das nove às cinco. E se lhe apetecesse estar até à meia-noite? E se não estivesse para se levantar às oito?
Fez então uma proposta. Cumpriria o tempo da lei ,ou mais,o que acontecera muitas vezes,mas queria entrar e sair quando lhe apetecesse. Isto,claro,depois de se ter observado o tal rio de feitos.
Pois levou com um redondo não. E assim,lá se desperdiçou uma mina de oiro.
Onde ele assentou arraiais,resultou o que era de esperar. Um rio caudaloso de realizações,que pediam meças cá e lá. Mas porque também era humilde,foi visto,algumas vezes,a desempenhar tarefas de carregador. E porque,às vezes,o dinheiro demorava,de bom grado o tirava do seu bolso.
Mas havia uma coisa que nada lhe agradava,e que era`o de se submeter ao horário clássico,das nove às cinco. E se lhe apetecesse estar até à meia-noite? E se não estivesse para se levantar às oito?
Fez então uma proposta. Cumpriria o tempo da lei ,ou mais,o que acontecera muitas vezes,mas queria entrar e sair quando lhe apetecesse. Isto,claro,depois de se ter observado o tal rio de feitos.
Pois levou com um redondo não. E assim,lá se desperdiçou uma mina de oiro.
OCORRE PERGUNTAR
Opinião
"Neste momento,só nos ocorre perguntar como é que tudo isto se tornou possível"
Constança Cunha e Sá
Público 25 Setembro 2008 - 14h 23
"Neste momento,só nos ocorre perguntar como é que tudo isto se tornou possível"
Constança Cunha e Sá
Público 25 Setembro 2008 - 14h 23
ESTA SÓ DO TIO JOAQUIM
Talvez a evolução do homem e da mulher seja para a homossexualidade,quem sabe? Era uma forma de acabar com a raça dos heterossexuais,que tão má conta tem dado de si.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
EM CASA
Outro que se fizera à aventura,aparentemente tardia. O colorido pano que lhe cobria a cabeça deixava ver o cabelo já grisalho. Todo o seu ar era de alguém acabado de desembarcar. Mas sentir-se-ia ainda em casa ou seriam já saudades?
O seu transistor estava a dar-lhe música da terra distante,música que lha traria. Estaria a vê-la. Irresistivelmente,acompanhava-a,com a voz,com o corpo,sem atender aos que o rodeavam. Quereria,talvez,que a ouvissem. A toada era quase de fado.
Era evidente a sua boa disposição. Os seus modos eram descontraídos,talvez um tanto exagerados. Ter-se-ia convencido de que o mundo,afinal,é a terra de todos,e de que o canto onde naquela altura se encontrava,apsar de longe do seu,era uma extensão dele.
O seu transistor estava a dar-lhe música da terra distante,música que lha traria. Estaria a vê-la. Irresistivelmente,acompanhava-a,com a voz,com o corpo,sem atender aos que o rodeavam. Quereria,talvez,que a ouvissem. A toada era quase de fado.
Era evidente a sua boa disposição. Os seus modos eram descontraídos,talvez um tanto exagerados. Ter-se-ia convencido de que o mundo,afinal,é a terra de todos,e de que o canto onde naquela altura se encontrava,apsar de longe do seu,era uma extensão dele.
OS CONTRIBUINTES
MÁRIO SOARES
"Perante a catástrofe iminente, aqueles mesmos que reclamavam,há poucos meses,menos Estado mais privatizações,recorrem,agora ao Estado,(...):ao dinheiro dos contribuintes. Privatizam-se os lucros e socializam-se os prejuízos - essa parece ser agora a regra."
"Diário de Notícias ",23-09-2008
Em Público de 24 de Setembro de 2008-09h 55
HELENA GARRIDO
"O plano Paulson ou outra qualquer acção de salvamento não pode socializar apenas os prejuízos e os activos tóxicos. Tem de ficar,como Paul Krugman defende, com activos rentáveis para que possa depois vender e assim reduzir a pesada factura que vai cair sobre os contribuintes."
"Jornal de Negócios",23-09-2008
Em Público de 24 de Setembro de 2008-09h 58
"Perante a catástrofe iminente, aqueles mesmos que reclamavam,há poucos meses,menos Estado mais privatizações,recorrem,agora ao Estado,(...):ao dinheiro dos contribuintes. Privatizam-se os lucros e socializam-se os prejuízos - essa parece ser agora a regra."
"Diário de Notícias ",23-09-2008
Em Público de 24 de Setembro de 2008-09h 55
HELENA GARRIDO
"O plano Paulson ou outra qualquer acção de salvamento não pode socializar apenas os prejuízos e os activos tóxicos. Tem de ficar,como Paul Krugman defende, com activos rentáveis para que possa depois vender e assim reduzir a pesada factura que vai cair sobre os contribuintes."
"Jornal de Negócios",23-09-2008
Em Público de 24 de Setembro de 2008-09h 58
terça-feira, 23 de setembro de 2008
THE COMMONS NÃO PÁRA DE CRESCER
Mais duas aderências,a Galeria do National Media Museum e a Galeria do National Maritime Museum.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
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