sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

NUNCA SE SABE

Acontecera,vá-se lá saber porquê. Tinham feito caminhos separados e de muito diferente qualidade aquelas duas mães,mas a vida aproximara-as. Próximas eram também as suas idades,bem como as dos filhos únicos,que não as largavam,como se ainda estivessem recolhidos. Elas,já de avançada idade,e eles também já adiantados.
Quando se expunham,notavam-se logo algumas parecenças. Em cada par, era a mãe que comandava,como que rebocando. Num deles,era isso mais evidente,por via de deficiência motora,e não só.
Até quando aqueles dois tristes quadros deixariam de se ver? Não se sabia,mas muito provável era que o termo ocorresse com o claudicar dos rebocadores. E qual seria o primeiro a fraquejar? A qualidade dos trajectos poderia ter aqui um efeito decisivo. A aparência de um deles apontava para uma maior duração. Mas nunca se sabe. Os maus tratos,às vezes,enrijam,e os bons tratos,por vezes,amolecem.
Quem iria vencer aquela corrida? E quem estaria lá para dar disso testemunho? Seria que os dois pares iriam teimar,saindo vencedores de tantos que naquela altura os estavam vendo?

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