segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

CASA VULNERÁVEL

Necessidade a quanto obrigas. Era o que acontecia àquela boa senhora,que já merecia há muito ter alguém que a ajudasse na lida daquele casarão de rés-do-chão e primeiro andar. Mas isso ali era um luxo,só para gente muito rica,que não era o seu caso. Do marido não podia esperar muito,embora ele,às vezes,desse uma mãozinha. Já estava reformado,é certo,mas tinha lá os seus amigos,que não o dispensavam.
Para mais,vivendo ali sozinhos,em casa tão vulnerável,sobretudo,pelas traseiras,quáse um deserto de gente,tinham resolvido admitir hóspedes. É que podiam ser assaltados,e assim,tinham quem os ajudasse a enfrentar os larápios,pelo menos,à noite.
Depois,sempre eram uns dinheiritos que entravam,que bem precisados estavam,pois o cofre ficara quase vazio por terem de pagar as prestações da casa,de que,há pouco,se tinham livrado.
Fora um grande alívio,o que,a cada passo,mostravam. A casinha já era deles. Dera-lhes,talvez,mais energias,em particular a ela,que bem precisada estava pelo muito trabalho que tinha pela frente. O jeito que lhe fazia se pudesse ter ali uma empregada,como lá noutros países,em que era fácil arranjar uma. Mas paciência,não se podia ter tudo,e lá se conformava.

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