quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

UM SONHO

Pode dizer-se que não estavam nada bem um para o outro. Mas, naquele tempo,uma desgraça comum visitara-os. É que tinham sido privados,muito proximamente,de alguns dos seus teres,pelo mesmo inimigo. Fora isso suficiente para os irmanar.
E,assim,volta não volta,lá se reuniam para carpir e congeminar. O inimigo não podia levar a melhor. E foi o que sucedeu,como se antevia logo de início,pois,para mal dele,não tinha pernas para ir longe.
Os teres não demoraram muito a regressar a quem de direito. Tudo,afinal,não passara de um sonho,para ambas as partes,inimigos e amigos.
Desaparecera,assim,a causa que produzira aquele insólito par,pois os ombros deixaram de servir para neles lágrimas derramar. Depois,a distância que sempre os separara,sobretudo, em termos de pessoa,impôs-se,e não mais foram vistos juntos.
Um,lá seguiu a sua vida,como nada tivesse acontecido,o outro,apsar da recuperação dos bens,não mais foi o mesmo,de tempos áureos. Parecia que uma peste o tomara,de que havia de fugir.

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