Por vezes acontece pagar o justo pelo pecador. Vem isto a propósito do que sucedeu certa vez. Pareceu,nessa ocasião,ter chegado a hora de pôr um ponto final em injustiças clamorosas,que já vinham, por assim dizer, lá do fundo dos séculos. Era a hora da "vingança",doesse a quem doesse. É que não havia tempo para apurar culpas ou inocências. Tinham sido muitos os anos de sujeição,não havia tempo a perder com dúvidas. Iria tudo a eito,sem detenças,não fosse,
rapidamente,voltar tudo ao que tinha sido antes,ou pior ainda. Teriam feito,ao menos,o gosto ao dedo.
E assim, lá tiveram de ir,mulher,marido,dois filhos quase de colo,todos como que de baraço ao peito,submeterem-se ao vexame de um julgamento,do qual se sabia,de antemão,a sentença. Os "injustiçados" riam,gozavam,certíssimos de que tinha chegado a sua hora.
Coitados deles,muito tinham passado,efectivamente,eles e os que lhes tinham antecedido,desde,
pode dizer-se,o princípio dos princípios. Chegara a sua vez,de virem cá para cima,olhar,com desprezo,e sabe-se lá mais o quê,para aqueles que os tinham desprezado,e sabe-se lá o quê. Só que, naquele concreto caso,tinham errado o alvo,só que,com as pressas,tinham metido todos os"inimigos" no mesmo saco.
Por tudo isso,por toda essa injustiça imensa,foram perdoados os "algozes" de ocasião. Verdadeiramente,não eram eles os culpados,coitados deles. Tinham sido levados àquele exagero clamoroso,porque tinham sido clamorosos os exageros que tinham suportado,eles,e todos aqueles,multidões incontáveis,na verdade,que eles ali representavam
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
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