Aquele saco de viagem,pousado no banco da alameda,vinha desfazer a dúvida que se levantara de véspera. É que fora visto ao ombro,como vem sendo hábito universal,de uma velha senhora,um tanto ou quanto disfarçada nesssa ocasião. Seria mais uma turista,num sítio onde elas abundam.
Ali estava,então,ela,apanhando banhos de sol. O cabelo tinha sido repuxado,de modo o pescoço,ainda esbelto,ser devidamente contemplado,de companhia com as espáduas e o peito. Guarnecia-a,apenas,uma camisa de lacinhos brancos,que,uma vez por outra,ela,descontraidamente,compunha.
Mas não se pense que estava ociosa,longe disso. O tempo tem de ser bem ganho. E,para o provar,ali se encontrava ela fazendo renda,muito concentrada na obra. Nada de olhar para a paisagem,gente incluída. Disso estaria ela inteirada,e,talvez,farta. Dos raios de sol é que não,dos quais não devia desperdiçar um sequer,expondo o máximo do seu velho corpo,guardadas,claro,as devidas conveniências.
Foi este mais um quadro da sua atravancada galeria. E não será,certamente,o último,que os bons ares que ela respira,bem como o muito sol que a banha não vão deixar.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
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