quarta-feira, 30 de junho de 2010

FAZ DE CONTA

Aquelas estradas de macadame foram,durante largo tempo,o ganha-pão de muita gente,em certa época do ano. Acontecia que ,tirando os períodos das sementeiras,das mondas e das colheitas,uma grande parte do pessoal das redondezas ficava para ali sem ter em que se ocupar. E assim,findas as ceifas,começava a empreitada da sua reparação.Não havia lugar para todos,mas sempre dava para alguns. Nunca se sabia a quem calhava. Era uma espécie de lotaria. Mas ainda bem que as autoridades tinham essa lembrança.O conserto era feito sem cuidados de maior. Uma espécie de faz de conta. Assim,logo que vinha o tempo das chuvas,as mazelas antigas eclodiam. Até parecia que havia um acordo entre todos. O que era preciso é que as coisas voltassem ao que era antes. Quem não gostava nada disto eram certas famílias,talvez os mais assíduos utilizadores. Aqueles crivos de todas as malhas davam-lhes muitos trabalhos,pois,de vez em quando,lá se ia um eixo das suas carripanas. Felizmente que no termo das jornadas lá os esperava uma feira,onde se ressarciam dos avultados prejuízos.

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