Tanta coisa que parece condenada a não desaparecer. Aflitos e usurários são disto uma triste amostra. Pois é precisamente um usurário que aqui vai ter notícia. E isto, de uma maneira inesperada.
É que recebera uma educação que tinha como ponto de honra a sua viva reprovação. Não fora curso de um ano só,mas de muitos. Que diria o seu mestre se fosse possível ter disto conhecimento? Poupara-o o ter partido cedo desta vida. Que desilusão teria colhido.
O comboio estava para chegar,mas ainda houve tempo para uns momentos de conversa,ali, na plataforma apinhada. Olha quem é. Há anos que se não viam. O seu aspecto parecia indicar que a vida lhe correra de feição. Seria,certamente,fruto da educação recebida,do mestre que tivera.
Estou reformado,mas não inactivo. Empresto dinheiro a juro. É o que está a dar. E disse isto,naturalmente,sem a voz lhe tremer. E tivera ele como mestre alguém que procedera com ele inteiramente ao contrário. Nada exigira em troca do muito que lhe dera.
Não era para acreditar. Mas ele o confessara sem rebuço. É assim a vida. Há que estar preparado para tudo,mesmo para o absurdo.
terça-feira, 29 de abril de 2008
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