quarta-feira, 30 de abril de 2008

AS ATALAIAS SUMIRAM-SE

O que são as coisas. Tão inimigos que eles eram. De Espanha ,nem bom vento,nem bom casamento. O enxame de castelos e de atalaias que ia por essa raia fora,muito em especial de uma das bandas. Pontes,talvez uma ou outra, do tempo dos romanos,ou de mais atrás,dos tempos heróicos da prehistória. É claro que houve gestos de aproximação,de entendimento,ou mesmo de maior alcance,que é real,universal,o jeito de domínios alargar. Houve casamentos. Entre outros,os de D.Dinis,de D.Afonso IV,de D.Pedro I,de D.Fernando(projectado),de D.Manuel I(dois ou três,conforme as interpretações). Mas avultam os contratempos,os escolhos. Andeiro,Atoleiros,Valverde,Aljubarrota,1385,Tordesilhas,Colombo,Magalhães,1580,1640,Olivença e outros mais,que a memória não lembra,por já claudicar e até já tenha metido água. E a propósito,Henrique de Borgonha foi um dos responsáveis de tudo isto. Era o azar,ou a condenação, dos filhos que vinham depois do primeiro e que tinham de se fazer à vida. O que teria acontecido,se ele não tivesse vindo por aí abaixo? A História,e a Prehistória,também,suspensas de ninharias. De qualquer maneira,parece não restar dúvida de que há sangue gaulês no sangue dos reis de Portugal. Mas a misturada é a regra,não há que ter orgulho nisso.
E,agora,o que se vê? As atalaias sumiram-se. Quanto aos castelos,desapareceram uns,estão em ruínas outros,outros ainda foram reparados para compor a paisagem,mais seriamente,para manter o património,pois o turista, de lá e de cá, gosta de ver coisas que nunca viu,ao natural. Mas a internet já se vai antecipando,pondo-lhe imagens na sua frente,a qualquer hora do dia ou da noite,com a vantagem de não encontrar multidões e outras incoveniências mais.
No que diz respeito a pontes,isso é uma profusão delas,daquelas de sobre elas passar(no rio Minho,é quase uma porta sim,uma porta não,como os casinos de Las Vegas,mal comparado seja) e de outras de muita diversa qualidade. É o caso que se dá entre o Norte e a Galiza e entre a Extremadura e o Alentejo. É o princípio da Ibéria,que teve em Oliveira Martins,se não há engano,um muito sério e forte entusiasta,e que o Nobel Saramago profetizava.

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