O homem,coitado,volta não volta,lastimava-se. Que o que ganhava era uma miséria,não dava nem para mandar cantar um cego,quanto mais para sustentar a família como devia ser. E não é só de agora. Não calcula o que tenho passado,a magicar na maneira de sair da cepa torta.
Se não fossem para aí umas ajudas,não sei o que teria sido da mulher e dos filhos. Era capaz de já aqui não estar,por ter emigrado,como os lá de cima. Esses é que tiveram juízo. A bem ou de qualquer maneira,lá se foram escapando,para ali,para acolá,e agora é vê-los ,quando se chegam as férias. Está a ver?,as férias. Onde é que eles as tinham cá? Não sabiam o que isso era. Não trabalhar e ganhar. Era bom,era.
E era um desfiar interminável. Tinha corda para um dia inteiro. Pudera,não pensava noutra coisa,sempre a matutar na forma de sair daquela encrenca.
Numa manhã,um, com quem desabafara muitas vezes,deu-lhe para o experimentar. Oiça lá,se você tivesse as terras aqui deste patrão ,o que é que fazia? A resposta foi imediata. Olhe,tinha tantas amigas como ele.
terça-feira, 29 de abril de 2008
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