Julgam-se os melhores. Põem o peito para fora,engrossam a voz,olham de cima ou de lado. Querem ser sempre os primeiros. Ficarem em segundos,já é a morte. Sabem tudo. Ignoram os outros. Fazem-se esquecidos. Não citam,não aludem,não elogiam. Silenciam,secam,apagam,destroem. Não dizem uma graça. Sempre muito sérios. São de ferro,ou melhor,de ouro. Nada entra com eles. Sempre atarefados. O dia devia ter o dobro ou o triplo das horas. Andam a correr. É uma pena não poderem voar. São imprescindíveis. São eternos. Uns eleitos. Uns miraculados. Uns predestinados.
Depois,usam uma linguagem lá muito deles. Essa já tem barbas. Há que séculos ouvi isso. É natural. É evidente. Até uma criança. Que admiração. Até um burro. Que coisa tão velha. Não é nada disso. Não é bem assim. Eu já sabia. Só agora é que descobriste? Sempre andas muito atrasado. Olha a novidade. Que disparate. És mesmo burro. Tivesses feito como eu. Via-se logo que seria um fiasco. É preciso ter olho. Estás tão velho. Ainda não morreste? És um pedante,um homem das arábias,metido lá com as tuas fantasias. O meu filho é muito esperto,é muito inteligente,não há outro. Não é por ser meu filho,mas está ali um sábio. De onde é que ele copiou isso? Aquilo não custa nada,é só dar à manivela. É um ofício como outro qualquer.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
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