Os baldios iam acabando lá no bairro onde ele nascera e do qual não queria sair. Um dia,chegou a vez ao que mais resistira e onde ele arranjara morada. Neste transe,voltou-se para os desvãos de prédios,mas esses tinham também os dias contados. Os que restavam não passavam de uns buraquinhos.
O que fazer? Emigrar,nem pensar nisso. Seria a sua morte. Havia de encontrar coisa capaz. E assim aconteceu. Pode dizer-se que era uma caverna,mas não uma qualquer. Um verdadeiro achado. Um rico tecto.
Abria-se no termo de uma rua que não tivera seguimento,por lhe ter surgido pela frente uma respeitável barreira. Um beco,afinal,um beco largo,com passeios largos. Mas também um beco especial,pois a fechá-lo atravessava-se um prédio assente em pilares.
O amplo vão que assim se formara,um futuro túnel,enchera-se de carros,que respeitavam as bermas. E era numa delas que ele se instalara com armas e bagagens,cama incluída.
Não vivia só. Por ali também se acolhiam gatos. E era com eles,com os seus vizinhos,que ele conversava.
sábado, 5 de abril de 2008
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