quarta-feira, 28 de julho de 2010

UM DESLUMBRAMENTO

Nunca se fizera naquela terra uma recepção assim. Parecia ser a visitante uma rainha. Não o era,de facto,mas isso não tinha importância. Para os que a tinham visto lá nas fitas,e tantas foram,era como se isso realmente se passasse. Não se tinham a ela submetido?
A manhã estava radiosa,como a querer colaborar. Ninguém quisera ficar em casa. Altas autoridades civis,e,segundo alguns,também religiosas,fizeram questão de estarem presentes,a render-lhes homenagem,na primeira fila,como lhes competia.
Veio num carro de muita classe,a condizer com tão excelsa figura. Não saiu logo,pois as rainhas,as deusas,devem fazer-se esperar. Cuidou,com vagares,da cara,dos olhos,de um azul mais que celeste,dos cabelos,da cor do oiro,do oiro mais fino. Gastou nisso longos minutos,uma eternidade,assim a todos pareceu. Finalmente,lá se dignou sair.
E foi um deslumbramento. Consta que houve desmaios,mais entre os homens,que julgariam estarem sonhando. E foi um triunfo. Nunca se vira um preito assim. Ficou ele,para sempre,gravado nas memórias lá da terra.

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