segunda-feira, 12 de julho de 2010

CASA CHEIA

Não é bem uma piscina ,mas para quem quiser ver uma naquele magnífico tanque festivo não exagerará muito. E chamar-lhe imperial,só se tiver a mania das grandezas. Mas como a Praça onde ele está é a do Império,então uma forte razão terá para assim lhe chamar.
Como quer que seja,houve alguém que,há tempos,dele fez uso para umas ricas abluções. Não chegou a nele nadar e mergulhar,mas das escusas disto nada constou. Teria sido por isso que não se equipou como conviria.
Vestia um roupão branco que arrastava pelo tapete de relva envolvente. Na cabeça,trazia um boné à marinheiro,branco também. Um estendal de coisas o acompanhava,bem uma dúzia de sacos e de saquetas,uma grande e vermelha toalha de banho,e,acima de tudo,um balde de cor rosa.
Depois de se paramentar,encheu o balde com água fesca do tanque e passou a tratar da higiene dos pés. Não o fez de uma vez só. De vez em quando,palmilhava,energicamente,para lá e para cá,o tal tapete de relva.
Um espectáculo. Ali,naquela cosmoplita Praça,admiradores não lhe faltaram. Pode dizer-se que teve casa cheia.

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