sexta-feira, 30 de julho de 2010

CARAPAU DE GATO

Eram mãe e filho,um filho já homem,mas a precisar de amparo,como se fosse ainda uma criança. Ela estava mais acabada,mais achacada,mais trôpega. Tinha de se sentar,ali,acolá,onde calhava,a recobrar forças.
Aquela manhã era uma manhã especial,uma manhã de compras. Entraram os dois,mas foi só ela a abastecer-se. Ele pouco se demorou. Preferiu ficar lá fora,à espera do seu anjo da guarda.
Ela trazia muito pouco. O que mais se notava era um peixinho,ligeiramente maior do que um carapau de gato,quando o havia. Estava aquilo a pedir um milagre,mas quem seria capaz de o fazer,num tempo a eles tão avesso?
Um milagre a seguir a outro,o daquele peixinho,quando vivo,a circular com mestria no seu meio. Mas,no que a ele dizia respeito,por ali se ficou.

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