Não sabia para onde havia de ir,o que o trazia muito ralado. É que estar muito tempo no mesmo cantinho não deve fazer bem à saúde. Já andara por vários cantos,mas não fora feliz. Eram todos de fugir,e quanto mais depressa ,melhor,que os males pegavam-se. Para aqueles males não havia ainda vacinas eficazes,constando, até ,que seria muito difícil inventá-las. E assim,apsar da ralação quanto à saúde,lá continuava no seu cantinho.
Mas,de vez em quando,ainda que o não desejasse,dava-se com ele a lembrar um ou outro canto por onde andara. E a lembrar-se,também,dos motivos que o levaram a deles debandar. Desses cantos,havia meia dúzia que nunca mais esqueceria,pois tinham deixado marcas para ficar.
Um,era uma caixinha de surpresas,em particular nas veredas nobres. Eram alçapões por todo o lado,pelo que os olhos deviam ir bem abertos.
Pode dizer-se que esse tinha um gémeo. Não lhe ficava atrás. Ao virar de cada esquina,lá se abria um buraco. Não se sabe como não fora parar ao hospital.
Mas havia outro que pedia meças a estes dois. É que as armadilhas não tinham aspecto disso,estavam bem disfarçadas. De uma não se livrara e tivera de baixar à enfermaria.
Um outro ,ainda, batia-os a todos. Era um campeão. Ria-se dos hospitais e das enfermarias. Isso eram cuidados a mais e uma sangria de dinheiro. Se não tivesse saído de lá a correr ,só o teriam encontrado na vala comum.
Os dois restantes eram muito parecidos. As ruas eram frequentadas por gente estranha,de difícil classificação. Talvez fossem parentes de fantasmas. Como quer que fosse,aquilo era gente que metia medo.
Sendo assim,não tendo exagerado ou fantasiado,o que muitas vezes sucede,por variadíssimas razões,o homem parecia ter razão. O melhor fora mesmo ficar lá no seu cantinho. Não estaria livre,porém,de alçapões,buracos,valas comuns,fantasmas,porque nunca se sabe para o que se está guardado.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
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