sábado, 11 de outubro de 2008

MESTRE-ESCOLA

Fora uma longa vida de trabalhos,à vista de um punhado de gente,que fazia o mesmo. De resto,é o que a maioria tem de fazer,trabalhar. Há uns que escapam a esta sujeição,mas isso são contos largos,que não são para aqui chamados.
Pois o tal da longa vida de trabalhos,trabalhava por gosto. Viera assim. E desses trabalhos foram dadas contas ,paulatinamente,ali à vista de todos.
Naturalmente que ele,trabalhando,queria justificar o dinheiro que ganhava,que,em boa verdade, não era muito. Lá ia chegando para o essencial. A pouco mais aspirava.
Ma,na generalidade, não foi assim entendido. Eu bem sei o que tu queres. Queres passar à minha frente,queres tirar-me o lugar,queres ser melhor do que eu e outros quereres da mesma família.
O resultado de todos estes quereres foi o silêncio,o ignorar,o passar de largo,o impedir,o criticar,o gozar,sobretudo o gozar. Olha o homem de uma nota só. Nem vê que por cá faz muito sol.Para que é que aquilo serve? Afinal,o que aí está já toda a gente o sabe. Nem ata,nem desata.
Olha que o meu chefe falou-me há dias nos teus trabalhinhos. Então só agora é que isto aparece,quatro anos depois do acontecimento? Não lhe basta o que ganha num sítio,o atrevido, e não se sabe mais o quê. O que lhe valeu foi ter sido mestre-escola. Aqui ninguém entra,é terreno meu,só com minha autorização.
Só uma palavrinha de incentivo ,mas esta de um oficial de outro ofício- vai no bom caminho.
E,claro,uma palavrinha de"elogio",quando deu conta dos últimos trabalhinhos,quando da despedida,quando quase "morto". E assim se vai perder um tão esperançoso trabalhador.

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