sábado, 4 de outubro de 2008

FEIO ESPINHO

No melhor pano cai a nódoa. Eram ralos entupidos,era cinza de cigarro por toda a superfície,eram pedaços de papel higiénico no chão e na bancada do lavatório. Era este o triste estado daquela "salle de bains" de um rico conjunto de amplos e lindos espaços ,de largos e ricos corredores.
Acontecia tal mácula quando a utilizava certa gente,gente com cara de fome,pálida,alheada. Para o papel, havia um incentivo. É que o secador padecia de uma avaria crónica. Debitava uma corrente tão fria,que afugentava qualquer um. E quem pagava eram os rolos das sanitas.
Os parcos recursos não dariam para a reparação,seria o mais certo. Pena maior era o de não permitirem engordar os magros salários. Se tal acontecesse,talvez um milagre,certamente outras caras eles apresentariam e também outros procedimentos.
Era uma nódoa aparentemente escusada. Mas ali estava um grosseiro quadro de bastidores a mostrar como uma bela rosa pode conviver com um feio espinho.

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