sexta-feira, 12 de março de 2010
A SUA RIQUEZA
Não teria casa e andaria com todos os seus teres,acondicionados em dois carrinhos de compras,por essas ruas e demais espaços públicos. Naquela manhã,coubera a vez a um parque,onde nunca teria vindo. Talvez por não ser plano e ele estivesse ainda em jejum,a sua cara era de grande esforço,como a de um condenado às galés. É que viera até ao seu topo. Mas estaria determinado e não houve canto que ele não esquadrinhasse. Onde mais se demorou foi em frente de um prédio de muitos andares,prestes a serem habitados,e de uma cruz metálica,a assinalar o local de uma futura igreja. Compreende-se que assim fosse. Não viveria nada mal num daqueles andares,com lindas vistas. Para isso,seria necessário um milagre,que ele estaria implorando em frente da cruz,benzendo-se demoradamente. À saída,esperava-o uma calçada íngreme. E lá a teve de trepar,vergado ao peso dos carrinhos com a sua riqueza.
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