segunda-feira, 15 de março de 2010

POBRE DO PORTEIRO

Quando a telefonista ia almoçar,era o porteiro que ficava de serviço. Não era coisa de que ele gostasse,mas estava no seu feitio ser prestável. Assim,lá se conformava. E um dia,o que é que havia de suceder? Toca o telefone e ele vai atender. Daqui é o Director-Geral,está a ouvir? Estou sim,senhor director,faça favor de dizer. Com quem estou a falar? Com o Afonso de Albuquerque. Você está a mangar comigo? O pobre do porteiro disse que não. Ai a minha vida,suspirava ele,é sempre um tormento quando ela me deixa aqui sozinho. Isto não ouviu o Director- Geral. Olhe que o ponho na rua,seu brincalhão. Mas eu não estou a brincar,senhor director. Desculpe,senhor director,mas eu sou o porteiro,estou aqui porque a telefonista foi almoçar. O senhor director não me conhece,mas eu chamo-me mesmo Afonso de Albuquerque,que foi assim que puseram lá no registo. Não tenho culpa. O meu chefe há-de confirmá-lo logo que puder. Longe de mim estar a mangar com o senhor Director-Geral. Só se estivesse maluco,mas graças a Deus não estou. Pobre do porteiro,que passou por um muito mau bocado. Nem o seu homónimo passou por um transe destes.

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