quarta-feira, 17 de março de 2010

TODOS OS MESMOS

Os toiros,cheios de saudades da sua amada lezíria,mal viam a porta aberta,desatavam numa corrida desenfreada,com pressa de lá chegarem. Mas qualquê? Por onde quer que tentassem,havia sempre um obstáculo a barrar-lhes o caminho. Sentiam-se aprisionados e era verdade. Ficavam,por isso,muito irados e ansiavam por um ajuste de contas. Os primeiros a desafiá-los eram,com frequência,uns atrevidos,tresandando a vinho,que se postavam mesmo à saída do corredor que os levava ao vasto recinto amuralhado. Nesta fase,aconteciam,quase sempre, desgraças,e,por vezes,mortes. A culpa não era dos pobres toiros,está bem de ver. Quem os mandava pôr na sua frente,quando eles ainda estavam com todas as suas forças?Depois,vinham uns sujeitos,cada qual com a sua manha,que teimavam em não os deixarem em paz. Estavam sempre à espera de que alguém,de melhor coração,lhes apontasse um buraco por onde se escapulissem. Mas aquilo eram todos os mesmos,o que queriam era fazer pouco deles. Finalmente,quando já estavam por tudo,de derreados,caía-lhes em cima uma montanha de gente. O peso era tanto,que nem mexer se podiam. Só após essa grossa partida,é que se davam por satisfeitos e permitiam que eles fossem para casa.

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