domingo, 21 de março de 2010
ÁRVORE DAS PATACAS
Reinava lá nesses muitos paraísos,como tinha reinado noutros,em outros tempos,em todos os tempos,afinal,o mesmo rei,que ele tinha artes para se perpetuar,não mudando em nada,como se reproduzindo,talvez de estaca,não se sabe bem,porque ele não diz,ou outra razão qualquer,que nenhuma razão adiantaria,o mesmo rei,dizia-se,que era,nem mais,nem menos,o rei dinheiro,sempre muito bem paramentado,muito empoado,muito adornado,enfim,um rei em tudo,sem tirar, nem pôr. Nesses muitos paraísos,de todos os tempos,não só dos correntes,a árvore que lá reinava,que as árvores não podiam ficar para trás,também tinham de ter uma rainha,era esse um direito que lhes assistia,não era uma macieira,nem pensar nisso,que era descer,mas sim uma muito diferente,muito rara,tão rara,que até aí ninguém dera por ela,por estar lá a um canto,muito encolhidinha,mas o que é vivo sempre aparece,nem mais,nem menos,a árvore das patacas,que daí em diante passou a ser,por direito próprio,a rainha incontestável de todas as árvores,incluindo aquelas que ainda estavam para vir.
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