terça-feira, 23 de março de 2010
CONTA DOS CATRAIOS
Um antigo baluarte,com uma guarita quase intacta,estava a ser posto a descoberto,para íncola ou turista ver. Sempre que valha a pena,há que cuidar do património. Alguns homens tinham sido encarregados dessa tarefa dura. Uma mulher nova,de aspecto sadio,ia levar-lhes água. Trazia-a ao ombro e o caminho era a subir. Parou para descansar e conversar. Ainda não completara trinta anos e já dera ao mundo quatro filhos. Ela e o seu homem tinham de labutar muito. Felizmente que ele não era dado à bebida,nem a drogas. E por ali havia muita. Um vizinho dela,um miúdo,a bem dizer,trabalhava um ou dois dias e passava o resto da semana entregue a esse maldito vício. A mãe dele andava que nem um farrapo. Mas não era preciso que elas aparecessem,pois já havia por ali outra e que era o vinho. A mãe dela que o dissesse,bem como ela e os irmãos,que, volta não volta,apanhavam grandes sovas do pai,que, depois, não se lembrava de nada. Coitado,já lá estava. A mãe ficava como morta. Além das tareias,já contava, ao todo ,sete operações. Não sabia como ainda estava viva. Mas ainda bem,pois era ela que lhe valia,tomando conta dos catraios,enquanto ela e o marido faziam pela vida. Graças a Deus que ele não era como o seu velho.
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