segunda-feira, 8 de março de 2010

SEM CORAÇÃO

Naquela rua de terra urbana ,vivia uma rola,ou duas,ou mais,não se sabia ao certo. O que se sabia, é que de uma varanda,lá bem no alto,vinha um canto magoado,repetido,de quem não se sentia lá muito bem. Naquela rua,ouviam-se mais cantos,de papagaio,de periquitos,de pardais,de pombos e de outros que tais. Mas era aquele choro de vida presa que mais se ouvia. Apetecia subir aquela varanda e assaltá-la. Apetecia libertar aquela vida enclausurada. E uma vez liberta,iria por esses ares fora em demanda de melhor poiso. Talvez uma simples árvore,como uma daquelas ali tão perto,talvez num jardim ou num parque,que os havia ali próximo,talvez numa floresta vasta,lá longe,talvez num pinhal rescendente. Mas já chegaria uma pequena mancha verde que lá do alto se via. Ah gente empedernida,sem coração. Para terem, ao pé da porta,um leve cheirinho da saudosa aldeia,pouco lhes importa serem fautores de cativeiro e seus guardiões.

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