quarta-feira, 30 de setembro de 2009
EMPURRÕES
Vinha o José no seu passo descansado,quando sofre um empurrão ,assim como que a dizer para andar mais depressa,que estava a empatar o trânsito. Era o João,que ele não conhecia de lado nenhum. Após a ultapassagem,o João ainda se voltou,pondo uma cara de muita censura,disposto a acrescentar mais alguma coisa,mas acabou por desistir.
Afinal o João não ia muito apressado,pois o seu passo era também de descanso,só que um pouco menos do que o do José. Qual teria sido,pois,o motivo do empurrão? Talvez se tivesse irritado com a barreira à sua frente,na figura do José. Quereria ter o caminho inteiramente livre de obstáculos,quaisquer que eles fossem. Fora assim que o tivera sempre.
O seu aspecto era de pessoa bem instalada, a viver de altos rendimentos,não como os do José,coitado dele,que andara sempre a fazer contas à vida. Coroava-o,também,uma lustrosa calva. A do José mostrava algumas reservas,ainda que fracas. Teriam contribuído elas para a irritação? Depois,o José era alto,e o João muito baixinho. Quando se encararam,o José olhara-o de cima para baixo,coisa que ele não suportaria,levando-o a desorientar-se. Teria sido o que valera ao José,senão o João puxaria dos seus muitos galões,e seria o diabo.
Como um miúdo,o José ainda quis dar alguma luta,procurando um reencontro. Mas pensando melhor,deixou-se ficar por ali,a remoer. Tantas empurrões que levara ao longo da sua longa vida,que já devia ser esse coisa para esquecer. Teria sido mais um,nada mais.
Afinal o João não ia muito apressado,pois o seu passo era também de descanso,só que um pouco menos do que o do José. Qual teria sido,pois,o motivo do empurrão? Talvez se tivesse irritado com a barreira à sua frente,na figura do José. Quereria ter o caminho inteiramente livre de obstáculos,quaisquer que eles fossem. Fora assim que o tivera sempre.
O seu aspecto era de pessoa bem instalada, a viver de altos rendimentos,não como os do José,coitado dele,que andara sempre a fazer contas à vida. Coroava-o,também,uma lustrosa calva. A do José mostrava algumas reservas,ainda que fracas. Teriam contribuído elas para a irritação? Depois,o José era alto,e o João muito baixinho. Quando se encararam,o José olhara-o de cima para baixo,coisa que ele não suportaria,levando-o a desorientar-se. Teria sido o que valera ao José,senão o João puxaria dos seus muitos galões,e seria o diabo.
Como um miúdo,o José ainda quis dar alguma luta,procurando um reencontro. Mas pensando melhor,deixou-se ficar por ali,a remoer. Tantas empurrões que levara ao longo da sua longa vida,que já devia ser esse coisa para esquecer. Teria sido mais um,nada mais.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
IBÉRIA UNIFICADA - I
"As tentativas de unificar a Península Ibérica podem encontrar-se num passado bem remoto. Até ao século XV,Castela,como força centrípeta,fora sempre o actor principal no combate por uma Ibéria unida sob a sua suzerania directa. Mais tarde,porém,tanto Portugal como Aragão vieram desempenhar o seu papel também. É que o ideal se mostrava,na verdade,comum a todas as monarquias peninsulares. Apsar de uma existência separada de centenas de anos,todas ela se consideravam ainda partes integrantes da Hispania,a Hispania pagã dos Romanos,a Hispania cristã do Baixo Império ou do reino Visigodo,unificada pela derradeira vez sob o Islam."
A.H.de OLIVEIRA MARQUES
História de Portugal
Edições Ágora,Lisboa
3ª Edição 1973
A.H.de OLIVEIRA MARQUES
História de Portugal
Edições Ágora,Lisboa
3ª Edição 1973
A SUA TERRA
O que ali ía de desalento,de funda triteza. Um velho,a cavalo,de cabeça pendida,mulheres e crianças com caras de lágrimas,meia dúzia de outros velhos cobertos de farrapos.
Era o que restava de todo um clã. Os outros tinham lá ficado no campo da refrega. O que seria deles,assim tão fracos,tão desprotegidos? Para onde iriam,
se o inimigo lhes tinha ficado com a sua terra?
Um lago estava ali na sua frente. Estariam as águas desse lago à sua espera? Antes a morte,do que a sorte que os esperava.
Era o que restava de todo um clã. Os outros tinham lá ficado no campo da refrega. O que seria deles,assim tão fracos,tão desprotegidos? Para onde iriam,
se o inimigo lhes tinha ficado com a sua terra?
Um lago estava ali na sua frente. Estariam as águas desse lago à sua espera? Antes a morte,do que a sorte que os esperava.
UM TRISTE PASSADO
Todos poderiam ter visto. Parecia ele o diabo em figura de gente,para mais,
disfarçado de rapazinho traquinas. O que estaria arquitectando? Boa coisa não seria,menos para ele,claro,e para a sua famíla.
Mas há coisas que nem o diabo poderia imaginar. É que contrariando tudo e todos,três que se tinham mostrado sempre irreconciliáveis preparavam-se para se abraçarem,esquecendo todo um triste passado.
disfarçado de rapazinho traquinas. O que estaria arquitectando? Boa coisa não seria,menos para ele,claro,e para a sua famíla.
Mas há coisas que nem o diabo poderia imaginar. É que contrariando tudo e todos,três que se tinham mostrado sempre irreconciliáveis preparavam-se para se abraçarem,esquecendo todo um triste passado.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
MÃOS LARGAS
Pão é saúde. A embalagem é gratuita. Dois registos sujeitos a reparos. Quem desconheceria a bondade do pão? Lembrá-lo,parecia ser ideia de quem não tinha em grande conta a ciência dos outros.
Depois,era de ficar desconfiado de quem se mostrava tão mãos largas. Como raramente se dá alguma coisa,o preço do pão era capaz de incluir o custo da embalagem.
Depois,era de ficar desconfiado de quem se mostrava tão mãos largas. Como raramente se dá alguma coisa,o preço do pão era capaz de incluir o custo da embalagem.
A INSTRUÇÃO
Não terá limites o ter. Havendo ensejos para mais ter,será um teimoso acumular. Para o reprimir,muito poderá fazer a instrução,alargando o leque dos interesses. Sobejará menos tempo para ter.
domingo, 27 de setembro de 2009
UM CICLONE
Então a Maria? Já não estava com a Maria. A Maria era fogo,só pensava em incendiar.
A Maria era também vida,vida incontida,vida a jorros. Um vendaval,uma tempestade a Maria.
Já não estava com a Maria. E a voz não fora de mágoa. Escapara de um ciclone.
A Maria era também vida,vida incontida,vida a jorros. Um vendaval,uma tempestade a Maria.
Já não estava com a Maria. E a voz não fora de mágoa. Escapara de um ciclone.
sábado, 26 de setembro de 2009
COISAS DA VIDA
Foram uns começos de sacrifícios sem conta,de teimosa carestia. Mas os céus lembraram-se dele,um dia,que a sua mãezinha muito fizera para isso. Era,pelo menos,o que ele confessara.
Foram-lhe pródigos os céus,enchendo-o de bens. Eram teres aqui, e ali,e eram os cofres atafulhados.
Era para não mais ter esquecido os céus,que tão amigos dele tinham sido. Pois não aconteceu assim,vá-se lá saber porquê. Coisas da vida,que a uns dá para tratar muito bem,e a outros é o que se vê,quer se invoquem ou não os céus.
Foram-lhe pródigos os céus,enchendo-o de bens. Eram teres aqui, e ali,e eram os cofres atafulhados.
Era para não mais ter esquecido os céus,que tão amigos dele tinham sido. Pois não aconteceu assim,vá-se lá saber porquê. Coisas da vida,que a uns dá para tratar muito bem,e a outros é o que se vê,quer se invoquem ou não os céus.
MOÇO DE FRETES
Tudo nele é enorme,a cabeça,o tronco,a barriga. A passada é lenta,pausada,sem pressas. Tem residência,há anos,em prédio abandonado,com dois fogos na sua história. É moço de fretes de dono de barriga também saliente,estando,assim,
bem um para o outro.
O patrão tem negócio de bilhas de gás, e tem carrinha para as trazer e levar. Ao lado do patrão a conduzir,o moço de fretes parece mesmo o quem manda,de tão imponente que ele vai. Nunca sonhara o moço de fretes ser assim transportado,
ele que dorme lá na companhia de ratos,baratas e outros que tais.
bem um para o outro.
O patrão tem negócio de bilhas de gás, e tem carrinha para as trazer e levar. Ao lado do patrão a conduzir,o moço de fretes parece mesmo o quem manda,de tão imponente que ele vai. Nunca sonhara o moço de fretes ser assim transportado,
ele que dorme lá na companhia de ratos,baratas e outros que tais.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
A MATO
O homem,coitado,volta não volta,lá se lembrava dos javalis, e das suas topelias. Tinha fortes razões para isso. É que os bichinhos entravam-lhe na vinha,fazendo por lá estragos. Estivesse ele lá que lhes havia de tratar da saúde.
Só por lá passava muito de vez em quando,que a vida dele não dava para mais. Acontecia o mesmo aos vizinhos,pois estava cada um para seu lado,lutando pela vida.
Não se sabia de onde os javalis vinham. O que se sabia é que por aqueles sítios,e não só,iam ficando as terras a mato. Assim,fora-se a gente embora,e viera o javali.
Só por lá passava muito de vez em quando,que a vida dele não dava para mais. Acontecia o mesmo aos vizinhos,pois estava cada um para seu lado,lutando pela vida.
Não se sabia de onde os javalis vinham. O que se sabia é que por aqueles sítios,e não só,iam ficando as terras a mato. Assim,fora-se a gente embora,e viera o javali.
UMA TRISTEZA VÃ
Ter compaixão não chega. Requer obras a compaixão. Sem obras,a compaixão é vã.
Trazia flores o jovem. Flores eram a sua mercadoria. E não houve uma mesa que ele enjeitasse. Pois nem uma flor vendeu. Causou isso tristeza,mais nada. Uma triteza gratuita,vã.
Sem obras, a compaixão é vã.
Trazia flores o jovem. Flores eram a sua mercadoria. E não houve uma mesa que ele enjeitasse. Pois nem uma flor vendeu. Causou isso tristeza,mais nada. Uma triteza gratuita,vã.
Sem obras, a compaixão é vã.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
ALARME
A pátria estivera em perigo. É que a pátria vizinha mostrara ter pretensões. Alguns patriotas deram o alarme. E quem foram eles? Os do costume. Os defensores, sempre na primeira linha,na linha da frente,dos valores da pátria.
AMOSTRA
Estava o mundo muito mudado. De repente,quem estava mandando recebera ordens para ir dar uma volta. Havia regras,mas foi o mesmo que nada.
Choveram admirações,choveram represálias,choveram reprovações,mas foi o mesmo que nada. Quem passara a mandar não ligou.
Estava o mundo muito mudado. O que mais iria acontecer? Boa coisa não seria,a atentar na amostra.
Choveram admirações,choveram represálias,choveram reprovações,mas foi o mesmo que nada. Quem passara a mandar não ligou.
Estava o mundo muito mudado. O que mais iria acontecer? Boa coisa não seria,a atentar na amostra.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
ENERGY PRODUCTION FROM FOSSIL FUELS IN U.S.AND WORLWIDE
"Finding a practical way to sequester carbon emissions is considered critical to the mitigation of climate change while continuing to use fossil fuels, which currently account for more than 80 percent of energy production in the United States and more than 90 percent worldwide. CO2 emissions from fossil fuels are projected to rise by more than 50 percent worldwide by 2030."
In http://www.sciencedaily.com/releases/2009/09/090921134834.htm
In http://www.sciencedaily.com/releases/2009/09/090921134834.htm
OS ELEITOS
Conta-se que lá na antiga Grécia,certo dia,um pai assistira ao triunfo de dois dos seus filhos. Era isso glória equivalente à reservada a deuses,a imortais,pelo que aquele pai como que se lhes assemelhava. E foi isso que fizeram notar ao feliz pai.
Pois é o que apetece pensar quando alguém,nesta vida,é contemplado com muitos teres,honrarias,primeiros lugares,coisas assim. Como que deixa de fazer parte do resto da família,como que passa a fazer parte de uma outra,a dos eleitos.
Pois é o que apetece pensar quando alguém,nesta vida,é contemplado com muitos teres,honrarias,primeiros lugares,coisas assim. Como que deixa de fazer parte do resto da família,como que passa a fazer parte de uma outra,a dos eleitos.
MEIO TERMO
Era conforme,pois dependia de algumas importantes coisas,como o canto em que se arumavam,os locais que frequentavam,a gente com quem andavam,
coisas assim.
E assim,tanto podia ser alguém que não tinha ponta de jeito por onde se lhe pegar,como alguém a que se tinha de dar a nota mais alta. Não havia,até,pode dizer-se,meio termo.
E aquele? Punham alguns a mão no fogo por ele. O quê? Não deviam estar nada bons da cabeça. Ele era,até, capaz de vender a alma ao diabo.
coisas assim.
E assim,tanto podia ser alguém que não tinha ponta de jeito por onde se lhe pegar,como alguém a que se tinha de dar a nota mais alta. Não havia,até,pode dizer-se,meio termo.
E aquele? Punham alguns a mão no fogo por ele. O quê? Não deviam estar nada bons da cabeça. Ele era,até, capaz de vender a alma ao diabo.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
HÁBITOS
Tinha sido uma coisa sem jeito nenhum,uma coisa sem explicação. Antes de se fazerem à estrada,quer dizer,de irem por esse mundo vário,tinham ouvido muitas recomendações. Olhem que não façam isso,e mais aquilo,que é o que quase toda a gente tem feito.
Pois ,mal lá chegaram, fizeram tudo ao contrário,quer dizer,fizeram como,pode dizer-se,vinha sendo feito,desde sempre,sem tirar,nem pôr. Uma coisa,
claramente,sem jeito nenhum.
Mas então,que recomendações tinham sido essas,para se ficar a conhecê-las,o que podia servir para alguma coisa? Era uma série delas,mas bastava dizer uma,para se ver logo a qualidade delas. Quando lá chegarem,ocupem os últimos lugares.
Nessa não caíram eles,vá-se lá saber porquê. Hábitos,foi o que foi,que são uma segunda natureza,pelo menos,é o que se diz. Foram logo a correr para os lugares da frente,onde se instalaram muito açafatados,por sinal,uns ricos cadeirões. Nos lá de trás,nem pensar,que eram una pobres banquinhos,alguns,até,quase a
partirem-se.
Pois ,mal lá chegaram, fizeram tudo ao contrário,quer dizer,fizeram como,pode dizer-se,vinha sendo feito,desde sempre,sem tirar,nem pôr. Uma coisa,
claramente,sem jeito nenhum.
Mas então,que recomendações tinham sido essas,para se ficar a conhecê-las,o que podia servir para alguma coisa? Era uma série delas,mas bastava dizer uma,para se ver logo a qualidade delas. Quando lá chegarem,ocupem os últimos lugares.
Nessa não caíram eles,vá-se lá saber porquê. Hábitos,foi o que foi,que são uma segunda natureza,pelo menos,é o que se diz. Foram logo a correr para os lugares da frente,onde se instalaram muito açafatados,por sinal,uns ricos cadeirões. Nos lá de trás,nem pensar,que eram una pobres banquinhos,alguns,até,quase a
partirem-se.
RICOS GENEROSOS
Ele era muito experimentado,quer dizer,tinha visto muita coisa,tinha reflectido muito. E isso levara-o a ser muito arrumadinho. Não havia nada que ele não arrumasse,pois ficaria doente se deixasse alguma coisa por arrumar. Até lhe dera para arrumar as pessoas.
E assim,arrumou-as em quatro conjuntos,os pobres avarentos,os pobres generosos,os ricos avarentos e os ricos generosos.
Ele tinha lá também as suas inclinações,as suas manias,vamos lá. Desses quatro conjuntos,gostava,sobretudo,dos ricos generosos,mas também não desgostava dos pobres generosos. Ele lá teria as suas razões para estas preferências,mas nunca as revelou,o que foi uma grande pena,pois estariam nelas as chaves para algumas portas,que não há meio de se escancararem.
E assim,arrumou-as em quatro conjuntos,os pobres avarentos,os pobres generosos,os ricos avarentos e os ricos generosos.
Ele tinha lá também as suas inclinações,as suas manias,vamos lá. Desses quatro conjuntos,gostava,sobretudo,dos ricos generosos,mas também não desgostava dos pobres generosos. Ele lá teria as suas razões para estas preferências,mas nunca as revelou,o que foi uma grande pena,pois estariam nelas as chaves para algumas portas,que não há meio de se escancararem.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
VERDE ERIN
"Outra história melancólica é a da Irlanda. Quem não conhece as queixas seculares da Irlanda,da Verde Erin,terra de bardos e terra de santos,onde uma plebe conquistada,resto nobre de raça céltica,esmagada por um feudalismo agrário,vivendo em buracos como os servos góticos,vai desesperadamente disputando à urze,à rocha,ao pântano,magras tiras de terra,onde cultiva em lágrimas a batata? Todo o mundo sabe isto - e,desgraçadamente,esta Irlanda de poema e de novela é,em parte,verdadeira : além dos poucos distritos onde a agricultura é rica como em qualquer dos ubérrimos condados ingleses,além de Cork ou Belfast,que têm uma indústria forte - a Irlanda permanece o país da miséria,bem representada nessa estampa romântica em que ela está,em andrajos,à beira de um charco,com o filhinho nos braços morrendo-lhe da falta de leite,e o cão ao lado,tão magro como ela,ladrando em vão por socorro..."
EÇA DE QUEIROZ
Cartas de Inglaterra e Crónicas de Londres
Edição "Livros do Brasil" Lisboa
EÇA DE QUEIROZ
Cartas de Inglaterra e Crónicas de Londres
Edição "Livros do Brasil" Lisboa
TUDO A PERDER
Do que ele se lembrara não lembraria ao diabo,que a sabe toda. Que diabo de ideia a dele. Aquilo fora mesmo coisa de quem já estava por tudo,de tão sem saber o que mais fazer,sobretudo,o que mais dizer.
É que uma tal lembrança era uma que poderia deitar tudo a perder,sem remédio,pois havia um outro que a podia aproveitar,sem,ao menos,agradecer. Teria sido um tiro no pé,um serviço prestado ao inimigo.
Ficaria,assim,tudo na mesma,ou seja o que o tinha posto naquele estado de não saber já o que mais fazer. Ou pior. Havia,de facto,esse fatal risco. E se tal sucedesse era isso muito capaz de o levar a ter alguma coisa má. Não estaria livre disso,que,as coisas más,às vezes,acontecem,quando menos se espera.
É que uma tal lembrança era uma que poderia deitar tudo a perder,sem remédio,pois havia um outro que a podia aproveitar,sem,ao menos,agradecer. Teria sido um tiro no pé,um serviço prestado ao inimigo.
Ficaria,assim,tudo na mesma,ou seja o que o tinha posto naquele estado de não saber já o que mais fazer. Ou pior. Havia,de facto,esse fatal risco. E se tal sucedesse era isso muito capaz de o levar a ter alguma coisa má. Não estaria livre disso,que,as coisas más,às vezes,acontecem,quando menos se espera.
VIDAS
Fora encontrá-lo no local que ele costumava frequentar,um minúsculo jardim,
em sítio de lá passa um. Mas, daquela vez,estava a dormir profundamente em cima de um banco estreito. Ainda pensara em acordá-lo,mas bem depressa desistiu da ideia.
A dormir é que ele estava bem. Era como já não vivesse,que era o mesmo que dizer que estaria tudo arrumado para ele. Seria isso a melhor solução,já que a vida não lhe correra de feição,nem viria a correr,que ele já estaria muito perto da meta.
Depois,podia acontecer que ele estivesse a ter lindos sonhos,o que seria uma compensação,de não deixar perder. O que muito admirava era ele não ter já caído,que o colchão era de uma tábua,onde ele mal cabia. Seria do treino de muitos anos,ou de não se sabia mais o quê. Vidas.
em sítio de lá passa um. Mas, daquela vez,estava a dormir profundamente em cima de um banco estreito. Ainda pensara em acordá-lo,mas bem depressa desistiu da ideia.
A dormir é que ele estava bem. Era como já não vivesse,que era o mesmo que dizer que estaria tudo arrumado para ele. Seria isso a melhor solução,já que a vida não lhe correra de feição,nem viria a correr,que ele já estaria muito perto da meta.
Depois,podia acontecer que ele estivesse a ter lindos sonhos,o que seria uma compensação,de não deixar perder. O que muito admirava era ele não ter já caído,que o colchão era de uma tábua,onde ele mal cabia. Seria do treino de muitos anos,ou de não se sabia mais o quê. Vidas.
domingo, 20 de setembro de 2009
GIL VICENTE EM ALMEIRIM
"Almeirim deve a sua existência a um palácio que ali fez erigir em 1411 o rei D.João I...É nos paços da vila que Gil Vicente representa,às côrtes de D.Manuel e D.João III,grande número das suas farças e comédias: em 1510 o Auto da Fé,a Barca da Glória em 1519,a tragicomédia Dom Duardos nos desposórios da infanta D.Isabel com Carlos V(1525) e em 1526 a farça do Juiz da Beira,a tragicomédia Templo de Apolo,o Breve sumário da história de Deus e o diálogo sobre a Ressurreição...."
RAUL PROENÇA
Guia de Portugal 2º Volume
Biblioteca Nacional de Lisboa
1927
RAUL PROENÇA
Guia de Portugal 2º Volume
Biblioteca Nacional de Lisboa
1927
SEMPRE NÓS
E os seus filhos estavam todos muito bem. E pouco mais disse,que a pressa era muita,ou o resto já não interessava,que tempo é dinheiro.
E os filhos dos outros? Ora, os filhos dos outros. Que se mexessem,como ele se tinha mexido,que,primeiro,estamos nós,eles,os filhos,os netos,todos os descendentes até à última geração,sem um sequer ficar de fora.
É, afinal,a luta pela vida,sem tirar,nem pôr,luta dura,doa a quem doer,que,
primeiro,estamos nós,depois,nós,sempre nós.
E os filhos dos outros? Ora, os filhos dos outros. Que se mexessem,como ele se tinha mexido,que,primeiro,estamos nós,eles,os filhos,os netos,todos os descendentes até à última geração,sem um sequer ficar de fora.
É, afinal,a luta pela vida,sem tirar,nem pôr,luta dura,doa a quem doer,que,
primeiro,estamos nós,depois,nós,sempre nós.
TALISMÃ
Se entre dois difícil é o entendimento, quanto mais difícil será se eles forem nove.
Sendo esta a complexa realidade,talvez com um denominador comum se viesse a conseguir resolver tão intrincado problema.
É motivo forte para procurar esse talismã. Valia a pena,sem sombra de dúvida.
Sendo esta a complexa realidade,talvez com um denominador comum se viesse a conseguir resolver tão intrincado problema.
É motivo forte para procurar esse talismã. Valia a pena,sem sombra de dúvida.
sábado, 19 de setembro de 2009
NA MISÉRIA
Não há mal que sempre dure. O que é preciso é dar tempo ao tempo,que,um dia,chegará o remédio.
E foi o que aconteceu com certo mal de que dois pedeciam já há muito tempo,
um mal teimoso,e que os levava a andarem sempre com a pedra no sapato,com receio de que as suas casas fossem assaltadas.
A circunstância,essa senhora muito nervosa,entretanto,mudara,e muito. E fez-se luz. Já chegava de tanta teimosia. É que acabaram por dar conta de que estavam os dois no mesmo barco.
A continuar assim,eram capazes de acordar,uma noite,vendo as portas arrombadas. E nem pensar nisso,pois ficariam,talvez,na miséria,e isso é que nunca.
E foi o que aconteceu com certo mal de que dois pedeciam já há muito tempo,
um mal teimoso,e que os levava a andarem sempre com a pedra no sapato,com receio de que as suas casas fossem assaltadas.
A circunstância,essa senhora muito nervosa,entretanto,mudara,e muito. E fez-se luz. Já chegava de tanta teimosia. É que acabaram por dar conta de que estavam os dois no mesmo barco.
A continuar assim,eram capazes de acordar,uma noite,vendo as portas arrombadas. E nem pensar nisso,pois ficariam,talvez,na miséria,e isso é que nunca.
A PAZ
Andavam esperanças no ar. Mas também andavam certezas,insinuações,
dúvidas,impaciências,desassossegos,temores,talvez ameaças. Andava quase tudo no ar. Só lá faltava a paz,nem mesmo sinais,ainda que ténues,dela.
dúvidas,impaciências,desassossegos,temores,talvez ameaças. Andava quase tudo no ar. Só lá faltava a paz,nem mesmo sinais,ainda que ténues,dela.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
GANHEM CORES
Há muita coisa que se sabe,ou julga-se saber,e,quando não se sabe,por vezes,
inventa-se.
Inventa-se,sobretudo,para se dar ares de grande sabichão,ou para tentar empalidecer os ares de outros. E aqui,chega a valer tudo. Não é isso grande novidade,pois é disposição muito velha,fruto de muita coisa,talvez,até,da luta pela vida.
Mas é triste ver como alguns gastam tempo,precioso tempo,que não volta mais,
a fazer essas maldades,parecendo viver disso. Não se sabe porque o fazem. Haverá muitos motivos. Mas não é de excluir o de querer arrumá-los lá num canto,onde fiquem muito quietinhos,de modo a que os ares dos fazedores de maldades ganhem cores.
.
inventa-se.
Inventa-se,sobretudo,para se dar ares de grande sabichão,ou para tentar empalidecer os ares de outros. E aqui,chega a valer tudo. Não é isso grande novidade,pois é disposição muito velha,fruto de muita coisa,talvez,até,da luta pela vida.
Mas é triste ver como alguns gastam tempo,precioso tempo,que não volta mais,
a fazer essas maldades,parecendo viver disso. Não se sabe porque o fazem. Haverá muitos motivos. Mas não é de excluir o de querer arrumá-los lá num canto,onde fiquem muito quietinhos,de modo a que os ares dos fazedores de maldades ganhem cores.
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A VIRTUDE
Não há soluções perfeitas,ideais. Cada um terá a sua,de acordo,sobretudo,com os seus interesses. Depois,cada um sabe de si,o resto é conversa. É claro,que há os valores,que deviam estar acima dos interesses,mas os valores,pode dizer-se,são uma coisa vaga,por sua natureza. Os interesses,não. São muito concretos,
como o preço do pão,das hortaliças,do tabaco,da renda da casa,coisas assim,do dia a dia,enquanto houver dias.
Assim,quando alguém propõe uma solução que não agrada a sectores muito opostos,não quer isso dizer que ela seja de rejeitar. Quererá mesmo dizer que é aquela que mais convém a quem não se enquadre nesses sectores,e mesmos aos outros,que perderiam menos. É no meio que está a virtude,para contemplar,de algum modo,os valores.
como o preço do pão,das hortaliças,do tabaco,da renda da casa,coisas assim,do dia a dia,enquanto houver dias.
Assim,quando alguém propõe uma solução que não agrada a sectores muito opostos,não quer isso dizer que ela seja de rejeitar. Quererá mesmo dizer que é aquela que mais convém a quem não se enquadre nesses sectores,e mesmos aos outros,que perderiam menos. É no meio que está a virtude,para contemplar,de algum modo,os valores.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
BISBILHOTAR
Como é bem sabido,sabe-se muita coisa.
Sabe-se,sobretudo,da vida dos outros,sendo algumas bisbilhotadas até onde for possível.
Que significará esta preocupação,quase doentia,de assim bisbilhotar?
Sabe-se,sobretudo,da vida dos outros,sendo algumas bisbilhotadas até onde for possível.
Que significará esta preocupação,quase doentia,de assim bisbilhotar?
MUITO AMADOS TARECOS
O Universo é quase plano. Cerca de três quartos dele é coisa desconhecida. Quem o afirma está muito curioso e está apostado em conhecê-la. Entretanto,há coisas que se sabem. Entre elas,avulta o número de esfomeados,para além de mil milhões. No outro extremo,é de respeito a soma dos endinheirados,em todos os cantos. Milhões são gastos em armamento. A morte espera por todos,
sem um escapar. Apsar de tal comum destino,traçam-se fronteiras,não importa quais,de que nascem questões,lutas,guerras,destruições,mortes antes do tempo. Tudo isto,por causa de uma minúscula porção de quatro por cento do Universo pretensamente conhecido.
Tirando os esfomeados e a morte,parece tudo isto ridiculo,parece ser tudo isto de gente que não soube,nem sabe,o que anda a fazer,para além,claro,de uns saberem que andam a fazer coisas muito más,talvez,coitados,por não saberem fazer outras coisas.
E porque se acumulará sem destino? Talvez,quem sabe?,em tentativas de escapar à fome,que tantas aflições terá dado aos muitos,desde a arrancada,que a padeceram,e padecem.
Lembra isto a pobre senhora que não se cansava,em tempos de forte inflação,de corrigir o valor dos seus muito amados tarecos.
sem um escapar. Apsar de tal comum destino,traçam-se fronteiras,não importa quais,de que nascem questões,lutas,guerras,destruições,mortes antes do tempo. Tudo isto,por causa de uma minúscula porção de quatro por cento do Universo pretensamente conhecido.
Tirando os esfomeados e a morte,parece tudo isto ridiculo,parece ser tudo isto de gente que não soube,nem sabe,o que anda a fazer,para além,claro,de uns saberem que andam a fazer coisas muito más,talvez,coitados,por não saberem fazer outras coisas.
E porque se acumulará sem destino? Talvez,quem sabe?,em tentativas de escapar à fome,que tantas aflições terá dado aos muitos,desde a arrancada,que a padeceram,e padecem.
Lembra isto a pobre senhora que não se cansava,em tempos de forte inflação,de corrigir o valor dos seus muito amados tarecos.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
ALGUMA OUTRA COISA
R. Gracias a telescopios en tierra y a satélites hemos hecho grandes progresos en cosmología al medir con enorme precisión cómo era el universo primitivo y averiguar cómo es el cosmos. Más en concreto, hemos podido medir su geometría y ahora sabemos que es prácticamente plano y no curvo; hemos comprobado que el universo no sólo está hecho de materia corriente sino también de materia oscura. Es más, las observaciones nos han permitido calcular que la materia corriente supone sólo el 4% del universo y aproximadamente el 22% es materia oscura; el resto, el 74%, es alguna otra cosa, una nueva forma de energía que se ha llamado energía oscura y que necesitamos averiguar de qué se trata. Así que hemos aprendido cómo es el universo, de qué está hecho y como era al principio. Creo son progresos tremendos.
In http://www.elpais.com/articulo/futuro/Ahora/sabemos/universo/plano/elpepusocfut/20090916elpepifut_1/Tes
In http://www.elpais.com/articulo/futuro/Ahora/sabemos/universo/plano/elpepusocfut/20090916elpepifut_1/Tes
TUDO RASO
Uma força o dominava,uma força indomável, que ele aproveitava,para se vingar. Chegara a oportunidade. Impacientemente,esperara por ela,e ela aí estava,que tivesse vindo em boa hora,mas uma muito má hora para outros.
Esperaria todo o tempo do mundo. Era como na selva,coisa de que ele,alás,
gostava muito.
Mas de quem se queria ele vingar? Nem ele o sabia,talvez vingar de todos,pois ele não distinguia.É que tudo quanto estivesse para além dele era "inimigo". A sua pele era a fronteira. O mínimo toque,ou a mais leve brisa,ou mesmo átomo,roçando a sua rica pele, era logo tomado como uma afronta,a axigir resposta adequada,a que lhe viesse à cabeça no momento.
Era isso bem visível,denunciando-se ao mais pequeno gesto. Vivia para isso,para a vingança. E o tempo dela chegara. Ai de quem se pusesse à sua frente. Iria tudo raso.
Esperaria todo o tempo do mundo. Era como na selva,coisa de que ele,alás,
gostava muito.
Mas de quem se queria ele vingar? Nem ele o sabia,talvez vingar de todos,pois ele não distinguia.É que tudo quanto estivesse para além dele era "inimigo". A sua pele era a fronteira. O mínimo toque,ou a mais leve brisa,ou mesmo átomo,roçando a sua rica pele, era logo tomado como uma afronta,a axigir resposta adequada,a que lhe viesse à cabeça no momento.
Era isso bem visível,denunciando-se ao mais pequeno gesto. Vivia para isso,para a vingança. E o tempo dela chegara. Ai de quem se pusesse à sua frente. Iria tudo raso.
FERRATO
Estivera para ler,pois eram ainda os primeiros passos,mas lá se enchera de coragem e enfrentara o "inimigo" com um improviso muito trabalhado,muito decorado. A certa altura,ia ele já em jeito de cruzeiro,mas não seguro,saiu-lhe da boca o termo ferrato.
O que ele foi dizer. Ferrato? Assim como a inquirir que bicho era aquele. Era para se ter desorientado,que quem usara da palavra era para brincadeiras. Mas não. Ferrato sim,um familiar dos permanganatos e outros que tais,brincando também. Deve saber.
O que ele foi dizer. Ferrato? Assim como a inquirir que bicho era aquele. Era para se ter desorientado,que quem usara da palavra era para brincadeiras. Mas não. Ferrato sim,um familiar dos permanganatos e outros que tais,brincando também. Deve saber.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
DEVIL'S TOWER -WYOMING
LINDA MENINA
A maternidade fizera-lhe mal,mesmo muito mal. Não mais fora aquilo que era. Passou a ser uma boneca tosca. Andar,andava,só como uma boneca a que tivessem dado corda.
A menina veio e fez-se uma linda menina. A mãe parecia não dar conta da beleza que gerara,e esta,a seu lado,caminhava triste,talvez por ter uma mãe assim. E era com tristeza,mas também com admiração,que se olhava para a linda menina,que fazia lembrar a mãe,dos tempos de menina.
Era a mãe uma rosa murcha,era a menina uma rosa encantadora.
A menina veio e fez-se uma linda menina. A mãe parecia não dar conta da beleza que gerara,e esta,a seu lado,caminhava triste,talvez por ter uma mãe assim. E era com tristeza,mas também com admiração,que se olhava para a linda menina,que fazia lembrar a mãe,dos tempos de menina.
Era a mãe uma rosa murcha,era a menina uma rosa encantadora.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
TALVEZ UM DIA
Eram notas,uma avalanche delas. Se fossem notas,estava rico. Mas eram apenas notas. E assim,para já,só tinha notas. Talvez um dia essas notas que ele naquela altura tinha viessem a dar notas. Mas se tal não ocorresse, as notas que ele tinha não deixavam de ser notas. O resto,eram notas.
POR SI
Aquilo não podia continuar assim,e veio a foice. Era uma coisa feia que para ali estava,não importa o quê. Era feia,não por ser,de que não tinha a culpa,mas por ter tido pretensões,e isso é que era feio.
Quisera ser mais,e isso não era feio. O que era feio era ter querido ser mais do que outro,ali ao lado,lá por coisas que não vêm ao caso. E veio a foice,não importa qual. E aquilo voltou a ser o que era,por si,sem mais nada.
Quisera ser mais,e isso não era feio. O que era feio era ter querido ser mais do que outro,ali ao lado,lá por coisas que não vêm ao caso. E veio a foice,não importa qual. E aquilo voltou a ser o que era,por si,sem mais nada.
CHICXULUB ASTEROID CRATER
The asteroid with a diameter of about ten kilometres that created the Chicxulub crater most probably caused the worldwide extinction of species at the boundary between the Cretaceous and the Palaeogene. The event caused the extinction of about 75 percent of all species. Its effect was due mainly to the fact that it impacted into rocks rich in carbonate and anhydrite. This hurled massive amounts of carbon dioxide (CO2) and sulphur dioxide (SO2) into the atmosphere. It is estimated that between 200 and 3000 cubic kilometres of sediments vaporised, releasing 35 to 700 million tons of sulphur and 10 billion tons of CO2 into the atmosphere. The ozone layer would probably have been destroyed within a very short time, and there must have been complete darkness over the Earth for months due to the dust in the atmosphere. This had serious short- and long-term consequences for the climate and biosphere. The crater that remains has a diameter of 180 kilometres and extends from the Yucatán peninsula to the Gulf of Mexico.
In http://www.sciencedaily.com/releases/2009/09/090911210024.htm
In http://www.sciencedaily.com/releases/2009/09/090911210024.htm
NADA MAL
Ele era ainda muito novo,pelo que os outros não estranhariam. Haviam de compreender e de desculpar a sua fraqueza. E assim,leu o que tinha a dizer.
Seguiu-se o costumado debate. E aí,sem poder ler,lá se deseembaraçou como pôde.
No final,às despedidas,um dos ouvintes,por sinal,pessoa importante, abordou-o. Olhe,acabei por me lembrar do encontro que tivemos o ano passado. Você já se tinha referido a ele,mas sabe,passa por lá muita gente.
Quer dizer,ele não se tinha portado nada mal.
Seguiu-se o costumado debate. E aí,sem poder ler,lá se deseembaraçou como pôde.
No final,às despedidas,um dos ouvintes,por sinal,pessoa importante, abordou-o. Olhe,acabei por me lembrar do encontro que tivemos o ano passado. Você já se tinha referido a ele,mas sabe,passa por lá muita gente.
Quer dizer,ele não se tinha portado nada mal.
SEM ENFADO
Esperaria alguém. Alta,bem trajada,olhar distante,jovem ainda. Uma pobre aborda-a. Jovem também. Tinha fome,muita fome. Viera lá de longe,muito longe,fugindo à fome.
Encaram-se as duas. Conversam as duas,demoradamente,sem enfado visível da bem trajada. Dinheiro mudou de dono. Escusava o dinheiro de ter intervido,que a pobre dispensá-lo-ia,de tão consolada estava com a intimidade inesperada. Quase voou dali a pobre,talvez para fazer durar esse precioso momento .
Nem só de pão se vive. Pois sim. Mas sem pão não há vida.
Encaram-se as duas. Conversam as duas,demoradamente,sem enfado visível da bem trajada. Dinheiro mudou de dono. Escusava o dinheiro de ter intervido,que a pobre dispensá-lo-ia,de tão consolada estava com a intimidade inesperada. Quase voou dali a pobre,talvez para fazer durar esse precioso momento .
Nem só de pão se vive. Pois sim. Mas sem pão não há vida.
domingo, 13 de setembro de 2009
MAL ESTAR
Coitado,não havia meio de ele deixar aquele ar muito acabrunhado. É que vivia num teimoso desassossego,vendo cobiçosos em todos os cantos,sempre prontos a irem-lhe aos bolsos.
Não se sabia o que o levara a esse mal estar. Parecia que era coisa relacionada com,primeiro,a Rússia,e depois,a China. A Índia não o apoquentava.
Não se sabia o que o levara a esse mal estar. Parecia que era coisa relacionada com,primeiro,a Rússia,e depois,a China. A Índia não o apoquentava.
A CALAMIDADE
Em tempos de muito lá de trás,tempos perdidos,havia um servo cujo senhor o tratava assim assim. Esse senhor andava em demanda antiga com um outro senhor,por acaso seu vizinho,que lhe queria palmar os bens. Se isso,um dia,viesse a acontecer,quer dizer,os bens mudarem de dono,era coisa considerada mais que certa que o pobre do servo iria passar uns muito maus bocados,de tal maneira,que nem saberia de que terra era. Postas as coisas nestes termos,que inteiramente,sem qualquer dúvida,eram o retrato fiel do triste futuro que o servo esperaria,esse,e,claro, toda a sua numerosa família,não se cansavam de pedir,todos os dias, a todos os seus santos,e mais alguns,que tudo fizessem para que uma calamidade dessas nunca se viesse a abater sobre eles.
OS MEDOS
Até onde chegava a presunção de uns e o alheamento de outros. De entristecer,
de fechar a loja,de bater com a porta,de coisas assim. Era o triunfo do Tu e do Eu. Os dois,sós,sempre sós,que não cabia lá mais ninguém. O Outro,afinal,era uma figura de retórica,pois não passava do Tu, e era o Tu o inimigo a abater.
E tinha sido ontem assim,e no dia anterior também,e em todo um passado ,que vinha lá desde a arrancada. E tudo isso por causa dos bichos maus que não havia meio de se irem embora,de sairem lá da entrada para a caverna. Os medos que iriam por lá,nos fundos bem fundos,os medonhos medos.
de fechar a loja,de bater com a porta,de coisas assim. Era o triunfo do Tu e do Eu. Os dois,sós,sempre sós,que não cabia lá mais ninguém. O Outro,afinal,era uma figura de retórica,pois não passava do Tu, e era o Tu o inimigo a abater.
E tinha sido ontem assim,e no dia anterior também,e em todo um passado ,que vinha lá desde a arrancada. E tudo isso por causa dos bichos maus que não havia meio de se irem embora,de sairem lá da entrada para a caverna. Os medos que iriam por lá,nos fundos bem fundos,os medonhos medos.
sábado, 12 de setembro de 2009
A MONTANHA
Remove montanhas a vontade. Não consegue,mas atreve-se a pensá-lo. A criança estava em perigo. Era precisa ali uma força grande,que se não via.
Afinal,o perigo passou,sem se saber como. Teria a vontade removido a montanha?
Afinal,o perigo passou,sem se saber como. Teria a vontade removido a montanha?
DERA PARA O TORTO
Coitado dele,tinha sonhado demais. Aquilo não era carga para as suas fracas forças. Como ele ia ali,parecia um derrotado. Já nem malinha trazia,de que ele tanto gostava.
Passara a ser o patrão,coisa que vinha desejando ser desde há muito. Vivera para isso,suportando sabe-se lá o quê. Chegara a sua hora,e ele iria agarrá-la,que a não podia perder.
Pois é,mas a coisa dera para o torto,e, naquela altura,já muito gasto,ninguém o quereria para dar uma ajuda. Não faltariam outros mais novos. Sonhara demais,fora o seu grande mal.
Passara a ser o patrão,coisa que vinha desejando ser desde há muito. Vivera para isso,suportando sabe-se lá o quê. Chegara a sua hora,e ele iria agarrá-la,que a não podia perder.
Pois é,mas a coisa dera para o torto,e, naquela altura,já muito gasto,ninguém o quereria para dar uma ajuda. Não faltariam outros mais novos. Sonhara demais,fora o seu grande mal.
IRIA A CORRER
Com aquele,já era o terceiro encontro,num tão curto tempo. Dessa vez,sem palavras,que a distância não permitia. Fora um encontro revelador.
Eram,afinal,vizinhos. Para ele entrar para o seu palácio, não podia ser pela porta nobre,que estava entaipada. Servia-se das traseiras. Teria arranjado por lá um buraco,que o fogo de há uns tempos respeitara.
Estaria à espera que um outro fogo o levasse para o paraíso,que de tormentos continuados já teria a sua conta,uma conta que ele não quereria lembrar. Iria a correr,ao contrário do que vinha fazendo,que a bengala tosca não dava para mais.
Eram,afinal,vizinhos. Para ele entrar para o seu palácio, não podia ser pela porta nobre,que estava entaipada. Servia-se das traseiras. Teria arranjado por lá um buraco,que o fogo de há uns tempos respeitara.
Estaria à espera que um outro fogo o levasse para o paraíso,que de tormentos continuados já teria a sua conta,uma conta que ele não quereria lembrar. Iria a correr,ao contrário do que vinha fazendo,que a bengala tosca não dava para mais.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
30,000-YEAR-OLD WILD FLAX FIBERS
Science 11 September 2009:Vol. 325. no. 5946, p. 1359DOI: 10.1126/science.1175404
30,000-Year-Old Wild Flax FibersEliso Kvavadze,1 Ofer Bar-Yosef,2,* Anna Belfer-Cohen,3 Elisabetta Boaretto,4 Nino Jakeli,5 Zinovi Matskevich,2 Tengiz Meshveliani5
A unique finding of wild flax fibers from a series of Upper Paleolithic layers at Dzudzuana Cave, located in the foothills of the Caucasus, Georgia, indicates that prehistoric hunter-gatherers were making cords for hafting stone tools, weaving baskets, or sewing garments. Radiocarbon dates demonstrate that the cave was inhabited intermittently during several periods dated to 32 to 26 thousand years before the present (kyr B.P.), 23 to 19 kyr B.P., and 13 to 11 kyr B.P. Spun, dyed, and knotted flax fibers are common. Apparently, climatic fluctuations recorded in the cave’s deposits did not affect the growth of the plants because a certain level of humidity was sustained.
1 Institute of Paleobiology, National Museum of Georgia, Tbilisi 380007, Georgia.2 Department of Anthropology, Peabody Museum, Harvard University, Cambridge, MA 02138, USA.3 Institute of Archaeology, Hebrew University, Jerusalem 91905, Israel.4 Radiocarbon Dating and Cosmogenic Isotopes Laboratory, Kimmel Center for Archaeological Science, Weizmann Institute of Science, Rehovot 76100, Israel, and Department of Land of Israel Studies and Archaeology, Bar-Ilan University, Ramat Gan 59100, Israel.5 Georgian State Museum, Department of Prehistory, Tbilisi 380105, Georgia.
30,000-Year-Old Wild Flax FibersEliso Kvavadze,1 Ofer Bar-Yosef,2,* Anna Belfer-Cohen,3 Elisabetta Boaretto,4 Nino Jakeli,5 Zinovi Matskevich,2 Tengiz Meshveliani5
A unique finding of wild flax fibers from a series of Upper Paleolithic layers at Dzudzuana Cave, located in the foothills of the Caucasus, Georgia, indicates that prehistoric hunter-gatherers were making cords for hafting stone tools, weaving baskets, or sewing garments. Radiocarbon dates demonstrate that the cave was inhabited intermittently during several periods dated to 32 to 26 thousand years before the present (kyr B.P.), 23 to 19 kyr B.P., and 13 to 11 kyr B.P. Spun, dyed, and knotted flax fibers are common. Apparently, climatic fluctuations recorded in the cave’s deposits did not affect the growth of the plants because a certain level of humidity was sustained.
1 Institute of Paleobiology, National Museum of Georgia, Tbilisi 380007, Georgia.2 Department of Anthropology, Peabody Museum, Harvard University, Cambridge, MA 02138, USA.3 Institute of Archaeology, Hebrew University, Jerusalem 91905, Israel.4 Radiocarbon Dating and Cosmogenic Isotopes Laboratory, Kimmel Center for Archaeological Science, Weizmann Institute of Science, Rehovot 76100, Israel, and Department of Land of Israel Studies and Archaeology, Bar-Ilan University, Ramat Gan 59100, Israel.5 Georgian State Museum, Department of Prehistory, Tbilisi 380105, Georgia.
WIND-GENERATED ELECTRICITY IN CHINA
Science 11 September 2009:Vol. 325. no. 5946, pp. 1378 - 1380DOI: 10.1126/science.1175706
Potential for Wind-Generated Electricity in ChinaMichael B. McElroy,1,*, Xi Lu,2,* Chris P. Nielsen,3 Yuxuan Wang4
Wind offers an important alternative to coal as a source of energy for generation of electricity in China with the potential for substantial savings in carbon dioxide emissions. Wind fields derived from assimilated meteorological data are used to assess the potential for wind-generated electricity in China subject to the existing government-approved bidding process for new wind farms. Assuming a guaranteed price of 0.516 RMB (7.6 U.S. cents) per kilowatt-hour for delivery of electricity to the grid over an agreed initial average period of 10 years, it is concluded that wind could accommodate all of the demand for electricity projected for 2030, about twice current consumption. Electricity available at a concession price as low as 0.4 RMB per kilowatt-hour would be sufficient to displace 23% of electricity generated from coal.
1 School of Engineering and Applied Science and Department of Earth and Planetary Sciences, Harvard University, Cambridge, MA 02138, USA.2 School of Engineering and Applied Science, Harvard University, Cambridge, MA 02138, USA.3 Harvard China Project and School of Engineering and Applied Sciences, Harvard University, Cambridge, MA 02138, USA.4 Department of Environmental Science and Engineering, Tsinghua University, Beijing, China.
* These authors contributed equally to this work.
Potential for Wind-Generated Electricity in ChinaMichael B. McElroy,1,*, Xi Lu,2,* Chris P. Nielsen,3 Yuxuan Wang4
Wind offers an important alternative to coal as a source of energy for generation of electricity in China with the potential for substantial savings in carbon dioxide emissions. Wind fields derived from assimilated meteorological data are used to assess the potential for wind-generated electricity in China subject to the existing government-approved bidding process for new wind farms. Assuming a guaranteed price of 0.516 RMB (7.6 U.S. cents) per kilowatt-hour for delivery of electricity to the grid over an agreed initial average period of 10 years, it is concluded that wind could accommodate all of the demand for electricity projected for 2030, about twice current consumption. Electricity available at a concession price as low as 0.4 RMB per kilowatt-hour would be sufficient to displace 23% of electricity generated from coal.
1 School of Engineering and Applied Science and Department of Earth and Planetary Sciences, Harvard University, Cambridge, MA 02138, USA.2 School of Engineering and Applied Science, Harvard University, Cambridge, MA 02138, USA.3 Harvard China Project and School of Engineering and Applied Sciences, Harvard University, Cambridge, MA 02138, USA.4 Department of Environmental Science and Engineering, Tsinghua University, Beijing, China.
* These authors contributed equally to this work.
THE GLOBAL COMPETITIVENESS REPORT 2009-2010
The Global Competitiveness Report 2009-2010: Country Profile Highlights
The Top 10 ranked countries
Switzerland overtakes the United States this year as the world’s most competitive economy. This is explained by the fact that Switzerland’s performance has remained relatively stable, whereas the United States has seen a weakening across a number of areas. Switzerland’s economy continues to be characterized by an excellent capacity for innovation and a very sophisticated business culture, ranked 3rd for its business sophistication and 2nd for its innovation capacity. The country is characterized by high spending on R&D. Switzerland’s scientific research institutions are among the world’s best, and the strong collaboration between the academic and business sectors ensures that much of this research is translated into marketable products and processes, reinforced by strong intellectual property protection. This strong innovative capacity is captured by the high rate of patenting (148.27 per million inhabitants) in the country, for which Switzerland ranks 7th worldwide on a per capita basis. Switzerland’s public institutions are rated among the most effective and transparent in the world (7th), ensuring a level playing field and enhancing business confidence; these include an independent judiciary, a strong rule of law, and a highly accountable public sector. Competitiveness is also buttressed by excellent infrastructure (5th) and a well-functioning goods market (5th), as well as a labor market that is among the most efficient in the world (2nd, just behind Singapore). And Switzerland’s macroeconomic environment, although weakening somewhat since last year, continues to be assessed as stable compared in particular with the United States and many European neighbors (ranked 17th). On the other hand, the university enrollment rate of 47 percent continues to lag behind many other high-innovation countries, placing the country 46th on this indicator. Although gaps are currently being filled through immigration, efforts should be made to boost higher education attainment to ensure sufficient national talent. Financial markets have also weakened somewhat, reflecting in particular difficulties in the national banking sector. However, this has been muted compared with many other countries.
After several years at the top of the rankings, the United States falls one place and is ranked 2nd this year. The country continues to be endowed with many structural features that make its economy extremely productive and that place it on a strong footing to ride out business cycle shifts and economic shocks. However, a number of escalating weaknesses have taken their toll on the US ranking this year. The United States is home to highly sophisticated and innovative companies operating in very efficient factor markets. The country is also endowed with an excellent university system that collaborates strongly with the business sector in R&D. Combined with the scale opportunities afforded by the sheer size of its domestic economy—the largest in the world by far—these qualities continue to make the United States very competitive. Labor markets are ranked 3rd, characterized by the ease and affordability of hiring workers and significant wage flexibility. The country’s goods markets (12th) are also characterized by low levels of distortion within the context of a very competitive environment. Although the country is very competitive overall, there are some weaknesses in particular areas that have deepened since the last assessment. Some aspects of the institutional environment could be strengthened, with particular concerns on the part of the business community about the government’s ability to maintain arms-length relationships with the private sector (48th), and in the perception that the government spends its resources wastefully (68th).There is also increasing concern related to the functioning of private institutions, with a measurable weakening of the assessment of auditing and reporting standards (down from 20th last year to 39th this year), perhaps not unexpected in the context of recent turmoil and scandals within the financial sector in particular. More generally, given that the financial crisis originated in large part in the United States, it is hardly surprising that there has been a weakening of the assessment of its financial market sophistication, dropping from 9th last year to 20th overall this year in that pillar. The country’s greatest overall weakness continues to be related to its macroeconomic stability, where it ranks 93rd, down from 66th last year. The United States has built up large macroeconomic imbalances over recent years. Repeated fiscal deficits have led to burgeoning levels of public indebtedness, which are presently being exacerbated by significant stimulus spending....
In http://desertification.files.wordpress.com/2009/09/cgr-country-highlights.pdf
The Top 10 ranked countries
Switzerland overtakes the United States this year as the world’s most competitive economy. This is explained by the fact that Switzerland’s performance has remained relatively stable, whereas the United States has seen a weakening across a number of areas. Switzerland’s economy continues to be characterized by an excellent capacity for innovation and a very sophisticated business culture, ranked 3rd for its business sophistication and 2nd for its innovation capacity. The country is characterized by high spending on R&D. Switzerland’s scientific research institutions are among the world’s best, and the strong collaboration between the academic and business sectors ensures that much of this research is translated into marketable products and processes, reinforced by strong intellectual property protection. This strong innovative capacity is captured by the high rate of patenting (148.27 per million inhabitants) in the country, for which Switzerland ranks 7th worldwide on a per capita basis. Switzerland’s public institutions are rated among the most effective and transparent in the world (7th), ensuring a level playing field and enhancing business confidence; these include an independent judiciary, a strong rule of law, and a highly accountable public sector. Competitiveness is also buttressed by excellent infrastructure (5th) and a well-functioning goods market (5th), as well as a labor market that is among the most efficient in the world (2nd, just behind Singapore). And Switzerland’s macroeconomic environment, although weakening somewhat since last year, continues to be assessed as stable compared in particular with the United States and many European neighbors (ranked 17th). On the other hand, the university enrollment rate of 47 percent continues to lag behind many other high-innovation countries, placing the country 46th on this indicator. Although gaps are currently being filled through immigration, efforts should be made to boost higher education attainment to ensure sufficient national talent. Financial markets have also weakened somewhat, reflecting in particular difficulties in the national banking sector. However, this has been muted compared with many other countries.
After several years at the top of the rankings, the United States falls one place and is ranked 2nd this year. The country continues to be endowed with many structural features that make its economy extremely productive and that place it on a strong footing to ride out business cycle shifts and economic shocks. However, a number of escalating weaknesses have taken their toll on the US ranking this year. The United States is home to highly sophisticated and innovative companies operating in very efficient factor markets. The country is also endowed with an excellent university system that collaborates strongly with the business sector in R&D. Combined with the scale opportunities afforded by the sheer size of its domestic economy—the largest in the world by far—these qualities continue to make the United States very competitive. Labor markets are ranked 3rd, characterized by the ease and affordability of hiring workers and significant wage flexibility. The country’s goods markets (12th) are also characterized by low levels of distortion within the context of a very competitive environment. Although the country is very competitive overall, there are some weaknesses in particular areas that have deepened since the last assessment. Some aspects of the institutional environment could be strengthened, with particular concerns on the part of the business community about the government’s ability to maintain arms-length relationships with the private sector (48th), and in the perception that the government spends its resources wastefully (68th).There is also increasing concern related to the functioning of private institutions, with a measurable weakening of the assessment of auditing and reporting standards (down from 20th last year to 39th this year), perhaps not unexpected in the context of recent turmoil and scandals within the financial sector in particular. More generally, given that the financial crisis originated in large part in the United States, it is hardly surprising that there has been a weakening of the assessment of its financial market sophistication, dropping from 9th last year to 20th overall this year in that pillar. The country’s greatest overall weakness continues to be related to its macroeconomic stability, where it ranks 93rd, down from 66th last year. The United States has built up large macroeconomic imbalances over recent years. Repeated fiscal deficits have led to burgeoning levels of public indebtedness, which are presently being exacerbated by significant stimulus spending....
In http://desertification.files.wordpress.com/2009/09/cgr-country-highlights.pdf
MUITA FALTA
Desde aquele amargo,inesquecível dia,ele nunca mais confiou em ninguém. Tão amigo seu o outro se tinha mostrado sempre. Teria razões para isso,mas para o caso tal não importava.
Pois o outro fora capaz,de peito bem descoberto,na praça pública,pode dizer-se,com o maior dos desembaraços,com todas as letras,letras bem desenhadas,
que todos puderam ler,tirar-lhe um rico pãozinho da boca.
Isso não se fazia nem ao pior inimigo,como era uso dizer-se,tanto mais que estava muito longe de lhe faltar a ele o pão,e ao outro aquele pãozinho não comido iria fazer muita falta.
Pois o outro fora capaz,de peito bem descoberto,na praça pública,pode dizer-se,com o maior dos desembaraços,com todas as letras,letras bem desenhadas,
que todos puderam ler,tirar-lhe um rico pãozinho da boca.
Isso não se fazia nem ao pior inimigo,como era uso dizer-se,tanto mais que estava muito longe de lhe faltar a ele o pão,e ao outro aquele pãozinho não comido iria fazer muita falta.
O VIZINHO DO LADO
Que dia aquele,um dia para não mais esquecer,o dia em que dera conta do conhece-te a ti mesmo. É que,em boa verdade,não se conhecia,nem de perto,nem de longe. Quer dizer,era ele um nada ilustre desconhecido.
Já há uns tempos que andava muito desconfiado de si, estava-lhe a parecer que era mais um em que não se podia confiar,e desde aquele assinalado dia tudo ficou esclarecido.
Ele não se conhecia,passara a ser isso uma coisa definitiva. Ele seria capaz de não sabia o quê,muito provavelmente de tudo. Ele era um presunçoso em último grau,ele era um egoísta empedernido,ele a quem mais prezava era a si mesmo,
sem qualquer dúvida. O mais que havia para além dele nada valia.
Diante desta clara revelação,passou a ter muito medo dele. Tinha de estar sempre alerta,sempre desperto,de sentidos bem apurados,não fosse ele fazer algum disparate sem remissão.
Ainda bem que tal sucedera. É que um homem prevenido vale por dois,ou mais. Depois,seria fácil intervir,sempre que isso se impusesse,porque o outro,que ele desconhecia,era seu vizinho,o vizinho do lado.
Já há uns tempos que andava muito desconfiado de si, estava-lhe a parecer que era mais um em que não se podia confiar,e desde aquele assinalado dia tudo ficou esclarecido.
Ele não se conhecia,passara a ser isso uma coisa definitiva. Ele seria capaz de não sabia o quê,muito provavelmente de tudo. Ele era um presunçoso em último grau,ele era um egoísta empedernido,ele a quem mais prezava era a si mesmo,
sem qualquer dúvida. O mais que havia para além dele nada valia.
Diante desta clara revelação,passou a ter muito medo dele. Tinha de estar sempre alerta,sempre desperto,de sentidos bem apurados,não fosse ele fazer algum disparate sem remissão.
Ainda bem que tal sucedera. É que um homem prevenido vale por dois,ou mais. Depois,seria fácil intervir,sempre que isso se impusesse,porque o outro,que ele desconhecia,era seu vizinho,o vizinho do lado.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
DUNROBIN CASTLE - SCOTLAND
UM NADA
Ou eram narrações muito arrumadinhas,ou assim o que saísse. Mas seria,afinal,tudo a mesma coisa,que os olhos que as leriam de muitos lados eram,lados muito,muito,diferentes. É que há tanta maneira de pensar,maneiras sedimentadas,de há séculos e séculos.
Ele havia tanta maneira de ver,que parecia tudo aquilo bater certo. Salvava a situação o ser tudo aquilo um nada,quando projectado sobre o infinito
Ele havia tanta maneira de ver,que parecia tudo aquilo bater certo. Salvava a situação o ser tudo aquilo um nada,quando projectado sobre o infinito
OS OUTROS
Os maus da fita tinham ido mudando,consoante os tempos,que as gentes não mudavam. E tinham sido os cristãos,os herejes,os judeus,os pedreiros livres,os comunistas,os bandidos,os outros.
ÚNICOS INTERESSES
Eles podiam dizer que eram do Joaquim,ou do João,ou de um outro qualquer,
que eram dos verdes,ou dos azuis,ou de uma outra cor lá do arco,que eram disto,ou daquilo,podiam dizer o que quisessem,que eram livres de o dizer,e quem o negasse não estaria bom da cabeça,necessitando de ir bater à porta do médico mais próximo, o mais depressa que pudesse.
Eles podiam dizer o que quisessem. Que o que eles eram já era muito sabido,tão sabido que ninguém o esqueceria. O que eles eram,acima de tudo,e de todos,do João,do Joaquim,dos azuis,dos amarelos,disto,daquilo,o que eles eram,sem tirar,nem pôr,eram deles,só deles,e de mais ninguém,dos seus interesses,dos seus únicos interesses,que tudo o resto eram cantigas para entreter,e não se sabia mais para quê,que eles não diziam,que não eram parvos. E quem tivesse alguma dúvida,por pequenina que fosse,deveria seguir o conselho atrás deixado.
que eram dos verdes,ou dos azuis,ou de uma outra cor lá do arco,que eram disto,ou daquilo,podiam dizer o que quisessem,que eram livres de o dizer,e quem o negasse não estaria bom da cabeça,necessitando de ir bater à porta do médico mais próximo, o mais depressa que pudesse.
Eles podiam dizer o que quisessem. Que o que eles eram já era muito sabido,tão sabido que ninguém o esqueceria. O que eles eram,acima de tudo,e de todos,do João,do Joaquim,dos azuis,dos amarelos,disto,daquilo,o que eles eram,sem tirar,nem pôr,eram deles,só deles,e de mais ninguém,dos seus interesses,dos seus únicos interesses,que tudo o resto eram cantigas para entreter,e não se sabia mais para quê,que eles não diziam,que não eram parvos. E quem tivesse alguma dúvida,por pequenina que fosse,deveria seguir o conselho atrás deixado.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
D.PEDRO V
"Lindo, fúnebre e solitário, D. Pedro V foi um cometa que iluminou a 4ª dinastia. Criança prodígio mais afeiçoada aos estudos que aos brinquedos. Era severo e gentil; modesto e sarcástico; tinha carências afectivas e era de uma frieza que podia ferir. Para o bem e para o mal não teve tempo de mostrar aquilo de que era capaz. Morreu, como afirmou desejar, na flor da idade aos 24 anos. Passou à história sob o nome de O Esperançoso."
Maria Filomena Mónica
Maria Filomena Mónica
ÍNCLITA GERAÇÃO
"Um caso fortuito,o casamento de D.João com uma filha do Lencastre(filho de Eduardo III de Inglaterra)contribuiu para modificar a corte e as classes dirigentes de Portugal. Os filhos de D.João I nasceram com grandes dotes,e lograram educação primorosa no ambiente criado por D.Filipa,preceptora de toda a corte,a qual era constituída,como dissemos,por gente nova. Raras vezes se viu,em toda a história,tão notável realização de um ideal completo de humanidade. A corte,como escreveu um historiador,era então uma academia;os infantes,-cavaleiros,sábios e moralistas. O mais velho,D.Duarte,consciencioso e aplicado até ao escrúpulo doentio,estuda a ciência de reinar e a moral,escreve o Leal Conselheiro e a Arte de Cavalgar em toda sela;o segundo,D.Pedro,de cujas viagens se formou lenda,ajuda,com elas,a resolver o problema da Índia,estuda os éticos e os geógrafos,e compõe um tratado de moral sobre a Virtuosa Benfeitoria;o terceiro,D.Henrique,-calado,tenaz e duro-foi o propulsor dos descobrimentos;D.Fernando revelou no martírio as virtudes cristãs de que era capaz;de D.João,por acaso,não ficaram obras confirmativas do conceito excepcional em que o tiveram."Inclita geração,altos infantes",lhes chamou Camões nos seus Lusíadas."
António Sérgio
Guia de Portugal I
Raúl Proença
Biblioteca Nacional de Lisboa
1924
Apresentação e Notas de
Sant'anna Dionísio
Fundação Calouste Gulbenkian
1991
António Sérgio
Guia de Portugal I
Raúl Proença
Biblioteca Nacional de Lisboa
1924
Apresentação e Notas de
Sant'anna Dionísio
Fundação Calouste Gulbenkian
1991
CURIOSIDADES- III
Aquilo foi um desassossego pegado,pegando-se por tudo e por nada. Contas feitas,foram escaramuças quase todos os dias,assim como uma continuação das brincadeiras de crianças,só que a doer,e muito,de bradar aos céus.
E,para lembrar algumas,foi a guerra dos 100 anos,entre a França e a Inglaterra,
nos séculos XIV e XV,foram as guerras de Itália,de 1484 a 1519,entre a França,a
Espanha e a Alemanha,foi a guerra dos 30 anos,de 1618 a 1648,em quatro períodos,alemão,dinanarquês,sueco e francês,foi a guerra dos sete 7 anos,de 1756 a 1763,entre a França,a Áustria,a Inglaterra e a Prússia,foram as Guerras Napoleónicas,de 1794 a 1815,entre a França,a Itália,a Inglaterra,a Áustria,a
Rússia,a Espanha e Portugal,foi a guerra entre a França e a Alemanha,de 1870 a 1871.
Foi isso na velhíssima Europa,a Europa dos valores.
E,para lembrar algumas,foi a guerra dos 100 anos,entre a França e a Inglaterra,
nos séculos XIV e XV,foram as guerras de Itália,de 1484 a 1519,entre a França,a
Espanha e a Alemanha,foi a guerra dos 30 anos,de 1618 a 1648,em quatro períodos,alemão,dinanarquês,sueco e francês,foi a guerra dos sete 7 anos,de 1756 a 1763,entre a França,a Áustria,a Inglaterra e a Prússia,foram as Guerras Napoleónicas,de 1794 a 1815,entre a França,a Itália,a Inglaterra,a Áustria,a
Rússia,a Espanha e Portugal,foi a guerra entre a França e a Alemanha,de 1870 a 1871.
Foi isso na velhíssima Europa,a Europa dos valores.
DOIS MODOS
Eram dois modos de estar,mais ainda,de se estenderem,quer dizer,de também estarem lá,aqui,ali,por toda a parte,no mundo inteiro,se fosse possivel. Eram dois modos muito diferentes.
Um,pacificamente,pacientemente,como se tivessem todo o tempo do mundo,
pela palavra. Outro,nada pacificamente,com pressa,aos gritos,magoando.
Um,pacificamente,pacientemente,como se tivessem todo o tempo do mundo,
pela palavra. Outro,nada pacificamente,com pressa,aos gritos,magoando.
PASSE DE MÁGICA
Eram caras que irradiavam importância. Pareciam caminhar como se as outras não existissem,ou estivessem ali para as servirem. Donde viria tanta exaltação? Saberiam das suas limitações,da sua pequenez irremediável,da sua fragilidade? Talvez isso acontecesse e resultasse daí a sua peculiar maneira de ser. Achariam os outros ainda mais insignificantes. Seria como uma espécie de vingança trágica.
Coitados,seriam de lastimar. Quanto tempo duraria o seu reinado? Nem eles o saberiam. Andariam, por isso, irritados,zangados,mal dispostos. Fora deles o dia de ontem,era certo,esse ninguém lhos tirava,mas,infelizmente,já não contava,já la ia,para nunca mais. Tinham-lhe dito adeus,mesmo que em Deus não acreditassem,como num hábito,entristecidos,pois queriam que ele não se fosse, para sempre,que ele ainda ficasse mais um poucochinho. Mas tinham a certeza de que lhes iria escapar,irremediavelmente,como acontecera já a tantos outros dias,e isso punha-os em fúria.
E então viviam desesperadamente o presente,esse nada,essa ponte minúscula que os ligava ao futuro. E queriam ser donos do futuro,e o futuro brincava com eles,fazendo-lhes partidas,de tal maneira,que chegavam a desaparecer, como por encanto. Não davam conta do passe de mágica,pois tinham deixado de ser. Alguns,por estarem distraídos,ainda os procuravam,mas em vão. Ainda há poucas horas os tinham visto,até com eles falado,até planeando. Andavam intrigados uns tempos,mas,depois,era o costume,acabavam por não mais neles pensar.
Coitados,seriam de lastimar. Quanto tempo duraria o seu reinado? Nem eles o saberiam. Andariam, por isso, irritados,zangados,mal dispostos. Fora deles o dia de ontem,era certo,esse ninguém lhos tirava,mas,infelizmente,já não contava,já la ia,para nunca mais. Tinham-lhe dito adeus,mesmo que em Deus não acreditassem,como num hábito,entristecidos,pois queriam que ele não se fosse, para sempre,que ele ainda ficasse mais um poucochinho. Mas tinham a certeza de que lhes iria escapar,irremediavelmente,como acontecera já a tantos outros dias,e isso punha-os em fúria.
E então viviam desesperadamente o presente,esse nada,essa ponte minúscula que os ligava ao futuro. E queriam ser donos do futuro,e o futuro brincava com eles,fazendo-lhes partidas,de tal maneira,que chegavam a desaparecer, como por encanto. Não davam conta do passe de mágica,pois tinham deixado de ser. Alguns,por estarem distraídos,ainda os procuravam,mas em vão. Ainda há poucas horas os tinham visto,até com eles falado,até planeando. Andavam intrigados uns tempos,mas,depois,era o costume,acabavam por não mais neles pensar.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
CURIOSIDADES- II
Eram muitas as tribos que havia por lá,pela antiga Germânia. Estariam ávidas de aventura. E hoje,uma,depois,outra,aí se derramaram elas por terras do ocidente.
E vieram celtas,godos,vândalos,visigodos,francos,ostrogodos,anglos,saxões, lombardos.
Uns,ficaram ali,outros,acolá,e ainda outros sumiram-se.
E foi assim,como tinha sido sempre assim. Era um desassossego permanente,
como não se pudesse estar de outra maneira,desassossegados. Não havia nada a fazer,senão ter paciência.
E vieram celtas,godos,vândalos,visigodos,francos,ostrogodos,anglos,saxões, lombardos.
Uns,ficaram ali,outros,acolá,e ainda outros sumiram-se.
E foi assim,como tinha sido sempre assim. Era um desassossego permanente,
como não se pudesse estar de outra maneira,desassossegados. Não havia nada a fazer,senão ter paciência.
AS SUAS VIDINHAS
Aquilo não dava para entender. Diziam mal deste e daquele,marginalizavam-nos,chegavam ao ponto de os querer confrontar,e,depois,admiravam-se de os ver correr para os braços de quem se não gostava,do "inimigo".
Quer dizer,parecia estarem convencidos de que os perseguidos fossem daqueles que gostavam de estar sozinhos,que se sentiam bem indefesos,desamparados. Quer dizer,parecia julgarem que não estariam dispostos a tratar das suas conveniências,como se eles não fossem gente como tantos,como,afinal,todos,ou quase,que também estavam sempre prontos a tratar lá das suas vidinhas como muito bem entendiam.
Quer dizer,parecia estarem convencidos de que os perseguidos fossem daqueles que gostavam de estar sozinhos,que se sentiam bem indefesos,desamparados. Quer dizer,parecia julgarem que não estariam dispostos a tratar das suas conveniências,como se eles não fossem gente como tantos,como,afinal,todos,ou quase,que também estavam sempre prontos a tratar lá das suas vidinhas como muito bem entendiam.
NO PARAÍSO
Era compreensiva,nos escritores, a teimosa vontade de continuar,de não cruzar os braços,de pousar a pena,sobretudo,no troço final.
Era isso,certamente, uma maneira de provar a si mesmos,e,talvez,menos aos outros,que se mantinham vivos,que ainda estavam capazes de produzir.
Fazia isso lembrar o desejo expresso de um deles de querer entrar a escrever no paraíso.
Era isso,certamente, uma maneira de provar a si mesmos,e,talvez,menos aos outros,que se mantinham vivos,que ainda estavam capazes de produzir.
Fazia isso lembrar o desejo expresso de um deles de querer entrar a escrever no paraíso.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
SUNLIGHT INTO FUEL
Science 4 September 2009:Vol. 325. no. 5945, pp. 1200 - 1201DOI: 10.1126/science.325_1200b
American Chemical Society Fall Meeting, 16-20 August, Washington, D.C.:
New Trick for Splitting Water With SunlightRobert F. Service
For solar power to become our foremost energy source, researchers will need to find a way to store and move it—preferably in the form of chemical fuel. Plants do that through photosynthesis, with the help of a manganese-based catalyst. At the American Chemical Society fall meeting, a team reported incorporating a mimic of this natural catalyst into a solar cell to create what amounts to artificial photosynthesis: a device that turns sunlight into fuel.
American Chemical Society Fall Meeting, 16-20 August, Washington, D.C.:
New Trick for Splitting Water With SunlightRobert F. Service
For solar power to become our foremost energy source, researchers will need to find a way to store and move it—preferably in the form of chemical fuel. Plants do that through photosynthesis, with the help of a manganese-based catalyst. At the American Chemical Society fall meeting, a team reported incorporating a mimic of this natural catalyst into a solar cell to create what amounts to artificial photosynthesis: a device that turns sunlight into fuel.
CURIOSIDADES- I
Soam bem os nomes das Casas ou Famílias Reais. A seguir, indica-se uma correnteza delas.
Anjou,Bragança,Bourbon,Habsburgo,Hohenzollern,Kent,Lancaster,
Orléans,Stuart,Tudor,Valois,Windsor,York.
Anjou,Bragança,Bourbon,Habsburgo,Hohenzollern,Kent,Lancaster,
Orléans,Stuart,Tudor,Valois,Windsor,York.
FICA MAL
Era um sitio onde não devia haver negócios de qualquer espécie,onde não devia haver transacções,onde não devia circular dinheiro.
Quem quisesse ir lá, seria só de passagem. Para comer,era do farnel que trouxessem de casa,que um dia passa-se bem a meia ração,ou menos,até faz bem à saúde. Ali,a comida devia ser outra,se eles não iriam por lá enganados,mais por si do que por outrem,que já eram crescidinhos.
Comércio,cafés,restaurantes,pensões,hotéis,diversões,é que eram coisas que não se deviam ver por lá,está-se mesmo a ver. Fica mal,não tem jeito nenhum.
Quem quisesse ir lá, seria só de passagem. Para comer,era do farnel que trouxessem de casa,que um dia passa-se bem a meia ração,ou menos,até faz bem à saúde. Ali,a comida devia ser outra,se eles não iriam por lá enganados,mais por si do que por outrem,que já eram crescidinhos.
Comércio,cafés,restaurantes,pensões,hotéis,diversões,é que eram coisas que não se deviam ver por lá,está-se mesmo a ver. Fica mal,não tem jeito nenhum.
NOSSO DEVER
Eu bem os oiço,mas se quer que lhe diga não entendo quase nada do que eles dizem. A culpa é toda deles,que não sabem falar com o povo.
Mas vou votar,sim senhor,que não sou para aqui um labrego. E todas as vezes,
pois então,a não ser que estivesse muito doente,sem me poder mexer. É nosso dever. Boto lá a cruzinha no sítio certo,que isso sei eu ver muito bem,escusam de me vir ensinar.
Daquela boca era para ter saído outra coisa,que ele tinha todo o aspecto de a vida não lhe ter corrido nada mal. Mas era assim,já não havia nada a fazer.
Mas vou votar,sim senhor,que não sou para aqui um labrego. E todas as vezes,
pois então,a não ser que estivesse muito doente,sem me poder mexer. É nosso dever. Boto lá a cruzinha no sítio certo,que isso sei eu ver muito bem,escusam de me vir ensinar.
Daquela boca era para ter saído outra coisa,que ele tinha todo o aspecto de a vida não lhe ter corrido nada mal. Mas era assim,já não havia nada a fazer.
domingo, 6 de setembro de 2009
MALDITA GUERRA
Não teria sido só aquele lago de muitos sonhos,que ali se desdobrava bem à
frente dela,que a levara a ter aquela triste lembrança. Teria contribuído mais o ser aquele com quem conversara de um país que o oeano banhava.
De um traiçoeiro submarino viera a morte para o seu muito jovem irmão. Nunca mais o vira. Ficara lá sepultado,em frente desse país. Maldita guerra.
frente dela,que a levara a ter aquela triste lembrança. Teria contribuído mais o ser aquele com quem conversara de um país que o oeano banhava.
De um traiçoeiro submarino viera a morte para o seu muito jovem irmão. Nunca mais o vira. Ficara lá sepultado,em frente desse país. Maldita guerra.
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Por terras da Velha Albion
TÚNEIS
Que rica ideia aquela,a de pôr ali aqueles túneis,com a luz bem à frente deles. E eram as vacas que se vinham sentar à mesa,pois a comida,a silagem,estava mesmo a jeito de a abocar.
As poupanças que se faziam. Nada de silos em altura,apenas uma cobertura de plástico,e,claro,os tratamentos devidos. Quando chegassem ao fim de um túnel,era só mudar para o outro ao lado.
As poupanças que se faziam. Nada de silos em altura,apenas uma cobertura de plástico,e,claro,os tratamentos devidos. Quando chegassem ao fim de um túnel,era só mudar para o outro ao lado.
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Por terras da Velha Albion
ERA ASSIM
Era uma sociedade condenada ao insucesso por estar estruturada,apostada, no sucesso. Não tinham conta as pedras de tropeço. E eram os previlégios,as cobiças,as suspeições,as vitórias,as rivalidades,as tensões,os traumas,as derrotas,o à volta cá te espero,as ambições,um nunca mais acabar,o costume. Não havia volta a dar-lhe. Era assim.
sábado, 5 de setembro de 2009
MUITA BICHARADA
Não lhe era estranho o kudzu,pois privara com ele,chegara mesmo a pisá-lo. Era ali,naquela recuada altura, planta benquista,pois além de ser uma fábrica de azoto,dispensando,ou aliviando,adubação,dava protecção a muita bicharada,
onde se incluíam cágados,ratos e cobras de todos os tamanhos. Felizmente que estas sentir-se-iam tão bem lá no meio daquela folhagem e raízes,que não deitavam a cabeça de fora.
onde se incluíam cágados,ratos e cobras de todos os tamanhos. Felizmente que estas sentir-se-iam tão bem lá no meio daquela folhagem e raízes,que não deitavam a cabeça de fora.
UMA COISA FRIA
Ele trazia uma mão cheia de linhas,de linhas curvas,de linhas de uma família que estava a dar os primeiros passos,mas já seguros. Não eram elas,pois,coisa
nova,tanto mais que se estava perto do local do seu lançamento,mas diziam respeito a um material ainda não experimentado,sendo ainda também um trabalho de meses.
Pois nem um olhar interessado,nem um querer comparar. Apenas um isso também se cá tem feito. Uma coisa fria,uma coisa tresandando a suficiência,
uma coisa de sempre,para sempre.
nova,tanto mais que se estava perto do local do seu lançamento,mas diziam respeito a um material ainda não experimentado,sendo ainda também um trabalho de meses.
Pois nem um olhar interessado,nem um querer comparar. Apenas um isso também se cá tem feito. Uma coisa fria,uma coisa tresandando a suficiência,
uma coisa de sempre,para sempre.
DE LENDAS DA ÍNDIA
"Tal era todavia o caracter do seculo em que viveu Gaspar Correa;seculo em que a ignorancia,e a má fé não se cansavam de elogiar ,calumniando o presente . Afóra as vozes de tantos milhares de victimas ,Duarte Pacheco,morrendo de indigencia,mas bem vingado pela valente apostrophe de Camões;D.Francisco de Almeida,primeiro vice-rei,aquelle cavalleiro tão nobre,tão leal,malquistado na côrte,e livrando-o a morte prematura das amarguras que ahi lhe preparavam; Affonso de Albuquerque expirando mal com elrei por amor dos homens,mal com os homens por amor d'elrei;Lopo Vaz de Sampaio,carregado de annos e de serviços,crivado de feridas,porém ainda mais cortado dos grilhões de D.João III que do ferro dos inimigos,atravessando o Terreiro do Paço sobre uma azemola,escarnecido do populacho como infame facinoroso:Nuno da Cunha,a quem esperavam grossas cadeias na Ilha Terceira em premio de dez annos de governo,repetindo ao render o espirito o dicto de Scipião Africano,e mandando que o lançassem ao mar com duas balas,e as pagassem,que mais não devia ao seu rei; Antonio Galvão ,modelo de probidade,intrepido,pio,civilisador,
cognominado o apostolo das Molucas,que perdêra o pai e quatro irmãos ao serviço da patria,e n'elle despendêra toda a sua fazenda,vivendo por caridade durante annos n'um hospital,e recebendo por esmola da Confraria da Côrte o lençol em que o amortalharam:todos estes varões,illustres de sangue,illustres de nome,mais illustes pela desgraça,quasi martyres,levantam bem alto o pregão contra a inculcada bondade d'aquelles tempos,e reclamam da historia que faça comparecer no seu tribunal,incorruptível e severo,os martyres e verdugos,para ouvir cada qual a sua sentença...."
Da Noticia Preliminar de Lendas da India p.XVII e XVIII
por Gaspar Correia
Biblioteca Nacional de Portugal
Colecções digitalizadas
Autor da Notícia Preliminar- Rodrigo José de Lima Felner,Sócio Efectivo da Academia Real de Ciências de Lisboa,1858.
cognominado o apostolo das Molucas,que perdêra o pai e quatro irmãos ao serviço da patria,e n'elle despendêra toda a sua fazenda,vivendo por caridade durante annos n'um hospital,e recebendo por esmola da Confraria da Côrte o lençol em que o amortalharam:todos estes varões,illustres de sangue,illustres de nome,mais illustes pela desgraça,quasi martyres,levantam bem alto o pregão contra a inculcada bondade d'aquelles tempos,e reclamam da historia que faça comparecer no seu tribunal,incorruptível e severo,os martyres e verdugos,para ouvir cada qual a sua sentença...."
Da Noticia Preliminar de Lendas da India p.XVII e XVIII
por Gaspar Correia
Biblioteca Nacional de Portugal
Colecções digitalizadas
Autor da Notícia Preliminar- Rodrigo José de Lima Felner,Sócio Efectivo da Academia Real de Ciências de Lisboa,1858.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
MAIS ALÉM
Coitado dele,sentado na melhor cadeira,de estofo menos rasgado,que ali os luxos eram outros,aí a meio da conversa,apanha com uma pergunta inesperada. E você acredita nisso? Fora isso que o trouxera ali um tanto mais acima. Lá respondeu como melhor sabia.
A pergunta tinha a sua razão. É que ali,onde agora estava,apenas de passagem,e em jeito de cortesia,já andavam lá mais por longe. Era o querer saber mais,era o procurar ir mais além.
A pergunta tinha a sua razão. É que ali,onde agora estava,apenas de passagem,e em jeito de cortesia,já andavam lá mais por longe. Era o querer saber mais,era o procurar ir mais além.
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Por terras da Velha Albion
MARQUÊS DE LA FAYETTE
Como se sabe,o Marquês de La Fayette(1757-1834) colaborou activamente na Guerra da Independência dos Estados Unidos da América(1775-1783). Fè-lo como francês,e fê-lo bem novo. Quando tudo terminou,tinha ele vinte e seis anos.
AVENTURA AFRICANA
Carlos V,senhor de um ímpério onde o Sol nunca se punha,dera-se mal em Argel. "Em Outubro de 1541, o imperador Carlos V tentou capturar a cidade, mas uma tempestade destruíu um grande número dos seus navios, tendo o seu exército de c. 30 000 homens, na sua maioria Espanhóis, sido derrotado pelos Argelinos, sob o comando do seu pasha, Hassan."(http://wikitravel.org/pt/Argel).
Seu neto,o rei D.Sebastião,foi muito mais infeliz em aventura africana,como é bem sabido.
Seu neto,o rei D.Sebastião,foi muito mais infeliz em aventura africana,como é bem sabido.
NERVOSO MUITO MIUDINHO
Houve uns tempos em que aquilo eram reuniões quase todos os dias,com a sala a rebentar pelas costuras,e gente sentada no chão. Discutia-se tudo e mais alguma coisa,pedia-se este mundo e o outro,sem pestanejar,como se não faltassem varinhas de condão.
Em toda aquela gente,via-se de tudo,de todos os cantos,de todos os exageros,de todas as pontas,dos extremos,e também do meio,os eternos indefinidos,os da conciliação.
E era engraçado ver a reacção de um dos extremos,a cara que ele punha, quando lhe dava para dizer alguma coisa um dos tais do meio,que lhe fazia um nervoso muito miudinho. A cara via-se bem,que ele punha-se sempre nos primeiros lugares,pelo que tinha de se voltar para trás,para encarar o enigmático,que se sentava sempre lá nos fundos,como mandam algumas regras.
E era engraçado ouvir um comentário seu. Irra,que não há meio de se saber para onde pende ele.
Em toda aquela gente,via-se de tudo,de todos os cantos,de todos os exageros,de todas as pontas,dos extremos,e também do meio,os eternos indefinidos,os da conciliação.
E era engraçado ver a reacção de um dos extremos,a cara que ele punha, quando lhe dava para dizer alguma coisa um dos tais do meio,que lhe fazia um nervoso muito miudinho. A cara via-se bem,que ele punha-se sempre nos primeiros lugares,pelo que tinha de se voltar para trás,para encarar o enigmático,que se sentava sempre lá nos fundos,como mandam algumas regras.
E era engraçado ouvir um comentário seu. Irra,que não há meio de se saber para onde pende ele.
BRINCALHÃO
Era muito fácil falar do presente,atacando-o,lavando dali as suas mãos,quando ele,o presente,era,em grande parte,conjuntural,apanhando todos pela medida grande,mesmo o mais pintado,e,mais ainda,quando ele,o atacante,não passava de um mero figurante.
Depois,e ainda mais,quando no passado,com uma conjuntura cor de rosa,ele,o atacante, andava por lá,fazendo das suas,armado em grande senhor,desperdiçando-a. Ele havia cada brincalhão,mesmo quando as coisas estavam muito sérias. Mas não havia nada a fazer,que ele só gostava de brincar.
Depois,e ainda mais,quando no passado,com uma conjuntura cor de rosa,ele,o atacante, andava por lá,fazendo das suas,armado em grande senhor,desperdiçando-a. Ele havia cada brincalhão,mesmo quando as coisas estavam muito sérias. Mas não havia nada a fazer,que ele só gostava de brincar.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
KUDZU - UMA HISTÓRIA DE AMOR E ÓDIO
Inrtoduzida nos EUA,trazida do Japão,como uma planta bem-vinda,em 1876,
por altura da comemoração dos 100 anos de Independência,em 1972 foi declarada erva daninha.
As suas qualidades,entre as quais avulta o seu rápido crescimento,a perderam. Têm andado a ver se se livram dela.
A história vai já a seguir. http://www.maxshores.com/kudzu/
por altura da comemoração dos 100 anos de Independência,em 1972 foi declarada erva daninha.
As suas qualidades,entre as quais avulta o seu rápido crescimento,a perderam. Têm andado a ver se se livram dela.
A história vai já a seguir. http://www.maxshores.com/kudzu/
UM LADO FUNDAMENTAL
Bradam aos céus as carências que por aí vão,por esses muitos cantos do mundo. Muitos falam disso,assaz contristados,e até dão mostras de as querer mitigar,senão com elas acabar,hasteando bandeiras. Para além das medidas que propõem,teria interesse saber-se até que ponto estão,eles próprios,dispostos a privarem-se de coisas. Sim,porque é na desigualdade dos teres que reside uma das razões dessas carências. Por outro lado,um lado fundamental,talvez o mais fundamental,seria também de interesse saber-se até que ponto os carentes de hoje achariam que já não o eram,quer dizer,já se encontravam satisfeitos. É isto fundamental,repete-se,pois que é nos exageros de uns que mora uma das razões das faltas noutros.
TAXAS DE DESEMPREGO NALGUNS PAÍSES
Números retirados de List of Countries by unemployment rate(2009)
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_unemployment_rate
União Europeia-8,9
Portugal-9,4
Espanha-17,9
França-9,4
Irlanda - 12,2
Alemanha-8,3
Reino Unido-7,6
Bélgica-8,2
Grécia-9,4
Hungria-9,8
Itália-7,4
Suécia-9,0
Polónia-8,1
República Checa-8,0
Estados Unidos-9,5
Canadá-8,6
Brasil-8,1
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_unemployment_rate
União Europeia-8,9
Portugal-9,4
Espanha-17,9
França-9,4
Irlanda - 12,2
Alemanha-8,3
Reino Unido-7,6
Bélgica-8,2
Grécia-9,4
Hungria-9,8
Itália-7,4
Suécia-9,0
Polónia-8,1
República Checa-8,0
Estados Unidos-9,5
Canadá-8,6
Brasil-8,1
O PROPÓSITO
Há quem faça todo o possível,ainda que se sacrificando,para estar no meio. E fazem-no conscientemente,no propósito de não terem,um dia,de passar pelo desgosto,ou o que se queira chamar,de dar o dito por não dito.
CAUSAS PERDIDAS
Há quem goste tanto de mandar que se põe sempre à frente de causas de antemão perdidas.
CONTA DO RECADO
Desde recuados tempos,alguns organismos de áreas afins vinham actuando cada um para seu lado. Ora,trabalhando esses organismos de forma integrada,a aproveitar sinergias,parecia poderem vir eles a dar melhor conta do recado.
E assim,em dado momento,foi posta essa ideia em acção. Mas logo de início se viu que um certo alguém de um dos organismos muito pouco interessado estava com ela.
Pois foi precisamente esse alguém,anos mais tarde,que acabou por vir a dirigir os tais organismos,mas simplesmente reunidos.
E assim,em dado momento,foi posta essa ideia em acção. Mas logo de início se viu que um certo alguém de um dos organismos muito pouco interessado estava com ela.
Pois foi precisamente esse alguém,anos mais tarde,que acabou por vir a dirigir os tais organismos,mas simplesmente reunidos.
OBJECTO DA RIQUEZA
É assim,cada um procura a riqueza que mais o conforta. Mas vário é o objecto da riqueza,como é bem sabido,sendo escusado estar para aqui a indicar alguns.
Pois a riqueza de certo pai era o seu filho,pelo que ele estava sempre a conferi-la,telefonando-lhe.
Pois a riqueza de certo pai era o seu filho,pelo que ele estava sempre a conferi-la,telefonando-lhe.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
FOOD INDUSTRY
Ninety percent of voting Iowans believe the government should be given additional authority to ensure the food they eat does not make them sick, according to a new poll commissioned by The Pew Charitable Trusts and conducted by Hart Research and Public Opinion Strategies.
http://sciencecodex.com/poll_9_in_10_iowa_voters_want_stronger_government_influence_in_food_industry
http://sciencecodex.com/poll_9_in_10_iowa_voters_want_stronger_government_influence_in_food_industry
DOS ALIMENTOS
Parece poder dizer-se que são muitos mais os que se preocupam com a quantidade dos alimentos do que com a sua qualidade,e que a preocupação com a qualidade é própria de quem tem a "barriga cheia",não esperando,um dia,tê-la "vazia".
A PROPÓSITO DOS PRODUTOS DITOS BIOLÓGICOS
Lê-se,ou ouve-se,aqui e ali, que os produtos biológicos são vantajosos para a saúde pelas suas particulares qualidades.
Ora,não é isso que refere http://www.sciencedaily.com/releases/2009/07/090729103728.htm
e ainda
http://noticias.pt.msn.com/article.aspx?cp-documentid=148890368
Ora,não é isso que refere http://www.sciencedaily.com/releases/2009/07/090729103728.htm
e ainda
http://noticias.pt.msn.com/article.aspx?cp-documentid=148890368
QUALIDADE EXCELENTE
Os fins não justificam os meios,é sentença de tempos antigos,e assim,de muita repetição. É sentença muito apropriada quando os fins têm cara de serem bons,mais ainda quando a cara aponta para muito bons. E há meios que não lembrariam ao maior dos diabos ,quando os fins mostram ser de qualidade excelente.
UMA CALAMIDADE
Em tempos de muito lá de trás,tempos perdidos,havia um servo cujo senhor o tratava assim assim. Este senhor andava em demanda antiga com um outro senhor,por acaso seu vizinho,que lhe queria palmar os bens.
Se isso,um dia,viesse a acontecer,quer dizer,os bens mudarem de dono,era coisa considerada mais que certa que o pobre do servo iria passar uns muito maus bocados,de tal maneira,que nem saberia de que terra era.
Postas as coisas nestes termos,que inteiramente,sem qualquer dúvida,eram o retrato fiel do triste futuro que o servo esperaria,este,e,claro, toda a sua numerosa família,não se cansavam de pedir,todos os dias, a todos os seus santos,e mais alguns,que tudo fizessem para que uma calamidade dessas nunca se viesse a abater sobre eles.
Se isso,um dia,viesse a acontecer,quer dizer,os bens mudarem de dono,era coisa considerada mais que certa que o pobre do servo iria passar uns muito maus bocados,de tal maneira,que nem saberia de que terra era.
Postas as coisas nestes termos,que inteiramente,sem qualquer dúvida,eram o retrato fiel do triste futuro que o servo esperaria,este,e,claro, toda a sua numerosa família,não se cansavam de pedir,todos os dias, a todos os seus santos,e mais alguns,que tudo fizessem para que uma calamidade dessas nunca se viesse a abater sobre eles.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
CAPACIDADES E ENGENHO
Havia coisas que não se compreeendiam. Como fora possível que gente de tão altas capacidades,das melhores,talvez,mesmo,únicas,se tivesse vindo instalar num sítio onde os esperaria um permanente desassossego,como,aliás,veio a acontecer.
Teria havido razões para isso,eles lá saberiam as linhas com que se cosiam,mas também deviam prever o que veio a suceder,não só os atingindo a eles,mas muita outra gente,talvez do mundo inteiro.
E era de admitir que isso estivesse no seu propósito,para mostrarem a esse mundo o desassossego em que eles tinham vivido desde que se conheciam. Mas seria tão simples para eles terem escolhido outro sítio para viver.
É que nada lhes faltava para sobreviver em qualquer sítio. E uma prova estava no que eles tinham realizado,onde outros mal viviam. Tinham capacidades,
tinham engenho,tinham,podia dizer-se,quase tudo.
Teria havido razões para isso,eles lá saberiam as linhas com que se cosiam,mas também deviam prever o que veio a suceder,não só os atingindo a eles,mas muita outra gente,talvez do mundo inteiro.
E era de admitir que isso estivesse no seu propósito,para mostrarem a esse mundo o desassossego em que eles tinham vivido desde que se conheciam. Mas seria tão simples para eles terem escolhido outro sítio para viver.
É que nada lhes faltava para sobreviver em qualquer sítio. E uma prova estava no que eles tinham realizado,onde outros mal viviam. Tinham capacidades,
tinham engenho,tinham,podia dizer-se,quase tudo.
OUTRAS CONTAS
Como os tempos mudavam. Onde é que já se vira aquilo? Um anão a bater o pé a um gigante? Uma pulga a fazer pouco de um elefante? O que eram as coisas. Nada se podia dar como certo,era bem verdade. Julgavam que era chegar ali e já estava? Não,aquilo deixara de ser da Joana. Isso era dantes,de resto,como tinha acontecido sempre. Os tempos,os ventos,tinham mudado,e muito. Quem passava a mandar ali era com outras contas,não como vinha acontecendo,já não se lembravam desde quando,desde muito lá para trás. Era o que faltava. Os tempos,os ventos,tinham mudado.
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