quinta-feira, 10 de setembro de 2009

ÚNICOS INTERESSES

Eles podiam dizer que eram do Joaquim,ou do João,ou de um outro qualquer,
que eram dos verdes,ou dos azuis,ou de uma outra cor lá do arco,que eram disto,ou daquilo,podiam dizer o que quisessem,que eram livres de o dizer,e quem o negasse não estaria bom da cabeça,necessitando de ir bater à porta do médico mais próximo, o mais depressa que pudesse.
Eles podiam dizer o que quisessem. Que o que eles eram já era muito sabido,tão sabido que ninguém o esqueceria. O que eles eram,acima de tudo,e de todos,do João,do Joaquim,dos azuis,dos amarelos,disto,daquilo,o que eles eram,sem tirar,nem pôr,eram deles,só deles,e de mais ninguém,dos seus interesses,dos seus únicos interesses,que tudo o resto eram cantigas para entreter,e não se sabia mais para quê,que eles não diziam,que não eram parvos. E quem tivesse alguma dúvida,por pequenina que fosse,deveria seguir o conselho atrás deixado.

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