domingo, 4 de julho de 2010

VERDES ANOS

A força daquele quadro. Uma mãe,muito jovem e muito magra,dava sinais de que estaria para muito breve mais um rebento. Um tanto inclinada,aconchegava no regaço o do meio,enquanto arrastava o mais velhinho com a mão livre.
Desajeitadamente,mostrou um saco de plástico,suspenso do braço que protegia o bebé,à menina da caixa do supermercado. Não poderiam ser compras por aí além,pois não se via ajuda. O marido andaria mourejando,provavelmente a pensar na mulher e nos filhos,que deixara sozinhos.
A cara era de resignação. Já se teria enchido dela,para melhor poder suportar a vida que lhe coubera. A coragem e a esperança não a teriam,também, ainda abandonado. Os seus verdes anos seriam garantia de algumas reservas de ambas. Com elas e a resignação,e com os filhos,lá se diluiu na multidão que enchia o vasto espaço comercial.

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