terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
MESA DOS VIPS
Tudo tem um limite. O chefe,volta não volta,mimoseava-o com uma negativa,sempre coisas muito desagradáveis. Parecia ter gosto nisso. Estava a ser demais. Era quase um massacre. Que diabo,o pobre do subordinado não era assim tão incapaz. Ele estava,pois,a precisar de as ouvir. O pobre não sabia como proceder,o que dizer-lhe,e ia adiando. Mas um dia,tinha de ser.E esse dia chegara. Entrou no vasto refeitório e viu o chefe sozinho na sua mesa,a mesa dos VIPS. Foi ter com ele,sem saber bem o que dizer. Aquilo foi uma coisa espontânea,como caída do céu. O senhor ainda me há-de anunciar o dia da minha morte. E por ali se ficou. Também não era necessário mais. Estava tudo dito. O chefe abriu muitos os olhos,de espantado,e sentou-se. Tinha-se levantado para o ouvir,como mandam as boas regras. Não abriu bico. E o subordinado foi sentar-se na sua mesa,como se nada de extraodinário tivesse acontecido.
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