terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

UM VISTAÇO

A ignorância era muita. Nem uma letra,nem um número. Ele,então,aproveitou. Aprendera a ler,a escrever e a contar,não por aí além,é certo,mas o suficiente para lhe facilitar o negócio. É que,como muito bem se sabe,na terra de cegos quem tem um olho é rei. Ele não produzia,que isso dava cabo das costas,mas sabia bem vender,a sua especialidade por excelência. Para produzir,havia muitos que o fizessem,pois não sabiam de outra coisa. Mas,coitados,produziam pequenas quantidades,visto os quintais não darem para mais,embora isso já fosse para eles uma sorte. Só em grande,porém,é que valia. E aqui,entrava ele. Reunia todas essas ninharias e fazia um vistaço de abastado proprietário. Não havia quem mostrasse tanto em muitos quilómetros em redor. Na altura do acerto,a manha era sempre a mesma. Esqueceste-te,homem. Não vês o que aqui está escrito? Entregaste apenas um. Tinha ele recebido dois.

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