quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
RESPEITADOR
Coitada dela,confiara. E ficou com um filho nos braços. O fulano abalara e não mais dera notícias. O menino fizera-se um rapazinho muito precoce e muito atrevido. Ela por ali se arrastava,ajudando os pais no governo da pensão. De natureza convivente,sentava-se em qualquer mesa para uns momentos de conversa. Mostrava,porém,naquela altura,uma certa predilecção por dois jovens,talvez devido à cortesia e seriedade com que a tratavam. O infeliz passo já la ia há muito,mas a mancha persistia aos olhos da gente da terra. E o que é que havia de acontecer? Um dos jovens ficara retido no quarto,afastado da pensão,por motivo de saúde,incapaz,portanto,de ir pelas sopas. E ela fez questão de as levar. Quase caiu o Carmo e a Trindade. A dona da casa tentou barrar-lhe a entrada,pois não admitia poucas vergonhas. Acabou por ceder,mas com acondição de a porta do quarto ficar escancarada. O comportamento dos jovens trazia os restantes comensais muito intrigados,vindo a catalogá-los. E um dia,convenceram o miúdo a um atrevimento dos seus. Irrompendo na sala,dirige-se aos moços,sentados numa mesa à parte,mimoseando-os,repetidamente,com uma expressão muito em voga . Peixinhos do mar,peixinhos do mar. A que se pode estar sujeito,quando se procura ser respeitador.
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