segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

DESEMBARAÇO

Ali ia ela,serena,segura de si,como claramente o demonstrou ao longo de acidentado percurso. Era uma moça esbelta,de cabeça bem modelada,artisticamente composta. Amparava-a uma varinha de invisual,que ela elegantemente manobrava.Apetecia segui-la e ajudá-la,mas de ajuda não precisou. Saiu do comboio e encaminhou-se, tranquila,para a escada rolante. Desceu-a naturalmente,tal como outros. Saiu dela,sem uma hesitação,como se estivesse a ver os degraus a terminarem. Alguém ainda pensou que ela iria ter ali um sério obstáculo,mas muito se enganou.Desceu outras escadas,de mistura com a multidão,com o mesmo desembaraço. Rodou à direita,quando foi caso disso,e dirigiu-se para uma das mangas de acesso à plataforma do metro,usando, como qualquer um,o seu passe. Desceu outras escadas e entrou,sem auxílio,numa das carruagenns.Sempre direita,sempre elegante.

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