sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

COISAS DE LOUVAR

Daquela casa não saía coisa que prestasse. Era o que ele,durante anos e anos,fizera constar,aqui e ali,sempre que a oportunidade surgia ou mesmo sem ela. Tudo aquilo nada valia,só tendo um único destino,o caixote do lixo. Quer dizer,se ele,um dia,fosse escolhido para a orientar,havia de lhe dar uma grande volta,de maneira a pô-la a fazer coisas de jeito,a render cem por um. E esse dia chegou. Não interessa saber que novo e frutuoso rumo ele lhe deu. O que interessa saber é que, escasso tempo volvido,alguém se lembrou dele para fazer a história daquela casa velhinha,tornada sua,história essa que viria à estampa em livro notável. O mundo ficou suspenso. O que é que ele iria contar? Certamente a verdade,que ele ,incansavelmente,andara desnudando. Pois não aconteceu assim. É que havia outra verdade e essa foi a que ele,no tal notável livro,revelou. Aquela casa só tinha feito coisas boas,coisas de louvar,e o país devia estar-lhe eternamente agradecido.

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