sábado, 14 de fevereiro de 2009

RELVADO NOVO

O velho sabia muito bem que o relvado lá do campo de jogos da escola secundária era artificial. E era assim,não por inquirir,mas porque era evidente,até uma criança o dizia.
Talvez por isso,por ser evidente,o velho,uma manhã,por sinal,uma rica manhã de sol,de que se estava cheio de saudades,pretendeu ser esclarecido. E estava ali perto quem o podia esclarecer,
precisamente três moços,quase homens,lá daquela escola.
Este relvado não é natural,pois não? Não,é artificial,disse um deles. Mas aquele não,e aquele é,e aquele artificial,vieram com uma carga de dó tão grande,que metia mesmo dó. Coitado do velhinho,a querer saber uma coisa destas.
É claro que isto não podia ficar assim,que era capaz de se dar por ali um triste dilúvio de tristeza. Pois muito obrigadinho pelo esclarecimento. Mais ainda, faço ardentes votos,ardentes e sinceros votos,podem crer,para que um de vocês,ou mesmo os três,o que seria muito melhor,viessem a inventar um relvado novo,que pusesse este a um canto.
Os moços,como que se transfiguraram. Nem pareciam os mesmos de há bocadinho. Puseram umas caras muito sérias,tão sérias,que pareceu ao velho terem eles,os três,em colaboração esforçada,inventado mesmo o melhor relvado artificial do mundo.

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