O mundo e arredores abriram a boca de espanto. É que nunca se ouvira uma tirada daquelas,para mais atendendo à bonita idade desse mundo e arredores. Era de antologia a tirada,como é de bom tom dizer-se. Que cabeça,que neurónios,de muito,mesmo muito invejar. Que genes se teriam conjugado para que fosse possível congeminar aquela constelação de palavras jamais escutadas? De que nobres reservas teriam brotado?
E foi assim,perante uma grave plateia de jovens carentes de tamanho incentivo: "Temos o exército mais poderoso do mundo". Não,certamente, deste grãozinho de poeira,entenda-se,onde se amontoam para cima de meia dúzia de mil milhões de seres,uma ninharia,mas do universo todo,onde gravitam multidões de estrelas com os seus apêndices. É que para tal cabeça só se admite que ela estivesse a considerar a totalidade.
E daqueles poderosos olhos jorrava um brilho que era o brilho de toda essa multidão de sóis que andam por aí. Não era de admirar,pois,que os outros olhos na sua frente,os dali perto,e os de todos os cantos deste infinito universo,se cerrassem,irresistivelmente. Se assim não fora,teriam cegado,o que seria uma grande desgraça. É que,assim,sem poderem ver,tal exército deixaria de ter préstimo. Foi o que valeu. Se não,pobre chefe que tais palavras nunca ouvidas proferira. Ficava sem peões. E sem eles,nada feito.
Uma grande expectativa estaria criada. Para que iria servir tão grande força,a mais portentosa do mundo e arredores? O que se sabia é o que outros chefes, seus aparentados,no passado mais ou menos longínquo,tinham feito. Houvera até um que saíra de casa,um dia,e só voltara lá depois de guerrear uns bons dez anitos. Nesse tempo,lá muito de trás,não dava tempo para que um outro chefe à altura lhe fizesse frente. Mas os tempos tinham mudado,e nunca se sabia quem poderia lá estar,à esquina,para fazer uma grande surpresa,uma surpresa de deitar tudo a perder,mesmo o exército mais poderoso do mundo e arredores.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
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