terça-feira, 6 de abril de 2010

SAL DA SUA VIDA

O frio já se estava fazendo sentir lá na terra. A maioria tinha de o suportar,como acontecera,alás,sempre,pois não lhes acudia outro remédio. Alguns até gostariam dele,para enrijar. Mas havia uns,uma meia dúzia,se tanto,mal começavam a esfregar as mãos para aquecerem ou terem necessidade de braseira,tratavam de arranjar as coisas para mudarem de poiso,o que faziam o mais depressa que podiam. De início,a mudança de ares reconfortava-os,mas, escasso tempo volvido,um progressivo mal estar envadia-os. Talvez fossem saudades do chão lá da santa terrinha. A causa era,porém ,muito outra,uma causa muito especial. É que lá,nessa outra terra,quase ninguém os conhecia,sendo tratados como uns quaisquer,o que não podiam suportar por muito tempo. Dessa maneira,maneira anónima,não valia a pena viver. Era como uma morte,uma morte sem glória. E,assim,mal os ares lá da santa terrinha se punham aceitáveis,apressavam o regresso,para voltar a receber os salamaleques devidos,o sal da sua vida.

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