quarta-feira, 14 de abril de 2010
JOGOS DE CARTAS
Não passava o entretém de um simples jogo de cartas,para matar tempo. Mas já não era a primeira vez em que ele era dera sinais evidentes de má disposição ,quando perdia. Pelos vistos,acima do entretém,tinha nele mais uma ocasião para mostrar que era o melhor,tal como noutros desempenhos. Até ali queria ser o primeiro. Objectivamente,nada lucrava,que era a feijões,mas seria mais uma confirmação da sua superioridade em toda a linha. Não podiam restar dúvidas. Fazia isto lembrar o que se passava noutros palcos. A alternância de desenlaces,quaisquer que eles fossem,não parecia do agrado de muita gente. O hoje eu,amanhã tu,estava longe de ser a disposição de muitos. Só se sentiam bem,permanecendo lá no topo. Custavas-lhes,como de coisa essencial se tratasse,serem segundos,e muito menos terceiros ou quartos. Mesmo que os da frente não os molestassem ou,até, acariciassem. Era simplesmente a posição, o que interessava a alguns,sem cuidar daí tirar algum proveito. O mal era quando se associava a cobiça. Podiam tornar-se perigosos,quando não mais queriam deixar os lugares. Criavam-se,então,tensões,com efeitos desagradáveis para todos. A alternância parecia, assim,com cobiça ou sem ela,um excelente remédio para as aliviar. Aos jogos de cartas,ou outros,podia aplicar-se também esta panaceia. Mas o ideal, seria existirem jogadores imbatíveis,sem mácula,dispostos a perder de vez em quando. Quando entendessem,continuando sempre sem mácula,estariam senhores do jogo.
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