Era grande a farsa que lá se representava,sempre em cartaz,nem,a bem dizer,se conhecera outra. E o público correspondia generosamente,fielmente,pelo que a casa estava sempre cheia,rebentando pelas costuras,com gente em pé,enchendo os corredores,sentando-se no chão.
Não tinham conta os ludíbrios,os enganos. Era o faz de conta,era o simular,era o parece bem,era o esconder,era o mentir,era dar o dito por não dito,era o faltar à palavra dada,eram os favores,eram as cunhas,eram os amigos são para as ocasiões,era o a bem da nação,eram as razões de estado,era o comer gato por lebre,era o fantasiar,era o à volta cá te espero,era o está bem está,eram as falinhas mansas,era o bem prega frei Tomás,era o só por cima do meu cadáver,era o punha as mãos no fogo,era o ele,ou ela, lá capaz,eram os videirinhos,era o fazer-se muito santinho,ou santinha,era o eu cá nunca minto,sou muito verdadeiro,era o não há melhor,só de encomenda,era o vai muito bem servido,era o nem na farmácia,era a sorte que ele,ou ela,teve,era o assim também eu,era o dantes é que era bom,era o vede como eles se amam,era os que vendiam alma ao diabo,eram as punhaladas nas costas,era o diabo à solta,era o diabo em figura de gente.
domingo, 2 de agosto de 2009
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